Manaus, 29 de março de 2024
×
Manaus, 29 de março de 2024

Política

Comissão desmascara Wajngarten com entrevista da Veja

Os senadores apresentaram provas, como prints e vídeos, indo contra a palavra de Fábio Wajngarten, que pode ser preso por mentir na CPI

Comissão desmascara Wajngarten com entrevista da Veja

Foto: Leopoldo Silva / Agência Senado

BRASÍLIA, DF – O ex-chefe da Secom, Fábio Wajngarten, foi desmascarado ao vivo na CPI da Covid nesta quarta-feira (12), onde foi acusado de mentir para os senadores. Usando vídeo de uma live de Fábio com Eduardo Bolsonaro, e a entrevista que ele deu à Veja acusando Eduardo Pazuello de incompetente, o ex-chefe da Secom foi pressionador por Omar Aziz e Renan Calheiros.

O senador Rogério Carvalho (PT) desmentiu a afirmação ao mostrar um bate-papo entre o ex-chefe da comunicação com Eduardo Bolsonaro (PSL), onde ele confirma que trabalhava mesmo doente de Covid. Em audiência realizada nesta quarta-feira (12), o senador exibiu um vídeo de março de 2020, em que Wajngarten conta que continuava trabalhando nas campanhas publicitarias da Secretaria de Comunicação, mesmo após testar positivo para o novo coronavírus.

Leia mais: ‘Ninguém é imbecil aqui’, dispara Omar Aziz em audiência de Wajngarten

O ex-chefe insistiu em dizer que não trabalhou na Secom enquanto esteve doente. Além disso, Wajngarten destacou que não aprovou a divulgação do tratamento com hidroxicloroquina, medicamento defendido pelo governo Bolsonaro.

Calheiros se exalta e pede prisão de Wajngarten

Sendo um dos depoimentos mais polêmicos da CPI da Pandemia até esta quarta-feira (12), Fábio Wajngarten foi novamente desmentindo durante os esclarecimentos no Congresso. Em audiência que já atinge mais de seis horas, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação de Jair Bolsonaro foi apontado como mentiroso pelo relator da CPI, o senador Renan Calheiros.

O senador questionou Wajngarten sobre a campanha publicitária intitulada de ‘O Brasil não pode parar’, em que influenciava o povo brasileiro a não seguir o isolamento social e voltar aos trabalhos para movimentar a economia do país.

Leia mais: Wajngarten afirma que governo ignorou a proposta da Pfizer por dois meses

“Foi uma campanha que estava em fase de teste, que quando apresentada ao ministro titular da pasta, Ramos, disparou em um grupo de WhatsApp”, explicou o ex-chefe.

“Nenhum órgão do governo formal de comunicação veiculou a campanha?”, perguntou Renan Calheiros. “Não, a campanha não teve autorização minha para veiculação”, respondeu Wajngarten.

Calheiros questionou novamente se algum órgão oficial do governo federal veiculou a campanha em questão. Como defesa, Wajngarten disse que ”não” e afirmou, mais uma vez, que não houve veiculação da publicidade. Por sua vez, o relator da CPI disparou contra o ex-chefe e mostrou provas contendo prints da página oficial do governo divulgando a campanha.

“Vossa excelência, com todo respeito, mais uma vez mente. Está aqui uma postagem da Secom, oficial, da campanha ‘O Brasil não pode parar’, e está aqui também no site Governo do Brasil, também a postagem oficial”, explicou.

Leia mais: Calheiros encarna o xerife da CPI e ameaça mandar prender Wajngarten

Renan Calheiros voltou a chamar Wajngarten de mentiroso e ainda ressaltou que ele desrespeitou a Comissão. “Mentiu diante dos áudios agora publicados. Mentiu por ter mudado a versão com relação à entrevista que deu, e continua a mentir”, disparou.

Clima tenso na audiência

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros, afirmou que o ex-chefe Fábio Wajngarten pode ser preso, caso continue mentindo durante a audiência na CPI. “O presidente [da CPI] pode até decidir diferentemente, mas eu vou diante do flagrante evidente, pedir a prisão de vossa senhoria”, disparou Calheiros.

“Porque o espetáculo de mentira que vimos hoje aqui é algo que não vai se repetir!”, continuou o relator.

No entanto, Omar Aziz afirmou que, se depender dele, não irá mandar prender Fábio Wajngarten. “A única coisa que eu não gostaria é de ser injusto com uma pessoa” […] aqui não é o tribunal de julgamento, se vocês quiserem, contra a minha vontade, fiquem à vontade. Eu não farei isso!”, explicou.