Manaus, 19 de maio de 2024
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Manchete

Debaixo de chuva, 3 mil professores protestam pelo pagamento do Fundeb

Debaixo de chuva, 3 mil professores protestam pelo pagamento do Fundeb

Da Redação

Mais de 3 mil professores foram para a frente da Prefeitura de Manaus, na Compensa, Zona Centro-oeste de Manaus, protestar pela condições das escolas públicas e pela forma como a Secretaria Municipal de Educação (Semed) utilizou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Os números são da organização do movimento.

Com gritos, faixas e cartazes, os professores que aderiram ao movimento “Fundeb para todos” reclamaram de fatores como qualidade ruim da merenda escolar, falta de estrutura básica como pincel, papel higiênico e material de limpeza.

O prefeito Arthur Neto (PSDB) prometeu, mas não recebeu os professores que pegaram chuva no meio da avenida Brasil. A promessa de Arthur é que receberia a comissão de professores em outra oportunidade.

Conta não bate

A reclamação principal dos professores é com relação à falta de transparência no uso do recurso federal, uma vez que a “conta não bate” com o que diz o prefeito.

Dos R$ 109 milhões residuais do Fundeb de 2016. “Fizemos um cálculo básico. Foram 5 mil pessoas e pode chegar a R$ 10 mil. Tem uns que receberam 50, 80, 100 reais por nível de progressão. Isso vai dar cerca de R$ 10 milhões. E o restante, o prefeito está usando de que forma que não nos explica”, questionou Jonas Araújo Júnior, professor de história da Semed. 

“A pauta vai além disso, lutamos por estrutura e segurança nas escolas. A prefeitura paga um milionário para sistema COSE que só tem câmera de monitoramento, o que não impede assaltos, invasões e atos violentos”, acrescentou o professor.

A frente da comissão de manifestantes, a professora de história Gleice Antônia considerou deselegante o movimento ser ignorado pelo prefeito, mas disse que isso dá combustível para a luta continuar. “O movimento foi vitorioso porque trouxe muitos professores, significa que há um acerto em relação à pauta em nível de organização grande. Há entusiasmo grande da categoria em lutar”.

Os professores prometem nova paralisação. No dia 27 em frente à Câmara Municipal de Manaus (CMM) a fim de chamar atenção dos vereadores e solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em relação aos recursos da rede pública municipal de educação. E no dia 28 em frente à Prefeitura de Manaus, novamente.

“Vamos continuar pressionando até ele resolver justificar de forma claro o motivo de não fazer a divisão do Fundeb com os professores”, enfatizou Jonas.

Outra reclamação da classe é a falta de apoio e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) por estar aliado à atual administração e discordar da causa dos professores.