Manaus, 19 de maio de 2024
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Cenário

Deputado Péricles que zerou em redação para concurso foi articulador da ‘PEC Miojo’ na Aleam

Péricles é alvo de ação na Justiça do Estado há mais de cinco anos, após sua aprovação suspeita no concurso da PC-AM

Deputado Péricles que zerou em redação para concurso foi articulador da ‘PEC Miojo’ na Aleam

Foto: Danilo Mello / Aleam

O deputado estadual Delegado Péricles Nascimento (PSL) está sendo apontado como o articulador da chamada “PEC Miojo”, aprovada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) em apenas três horas, na última quinta-feira (3). O parlamentar, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), teria garantido a Josué Neto (PRTB) e para Roberto Cidade (PV) que dava para aprovar a mudança na Constituição do Estado que permitiu adiantar a eleição da Mesa Diretora da Casa.

A proposta foi nomeada de “PEC Miojo” pela deputada Joana Darc (PL), como crítica pela tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição do Estado em uma reunião de apenas três minutos na CCJ. Reunião da qual ela e nem o deputado Belarmino Lins (MDB) foram convocados para participar, mesmo sendo membros da comissão.

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Este movimento foi considerado como uma armação “ilegal e arbitrária” pelo desembargador Wellinton Araújo, do Tribunal de Justiça, que anulou os efeitos da PEC e a eleição da nova Mesa Diretora da Aleam. Com isto, a eleição de Roberto Cidade para presidente foi suspensa.

Risco ao erro

A hipocrisia neste caso é apontada pelo fato de o deputado Péricles, uma pessoa que zerou nas provas de redação do concurso para delegado da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), ter sido o parlamentar designado para fazer esse esquema acontecer.

O parlamentar é alvo de ação na Justiça do Estado há mais de cinco anos, após sua aprovação suspeita no concurso da PC. Em 2013, depois do zero na prova discursiva, o deputado pediu a correção e obteve nota 0,5, algo que garantiu a sua nomeação.

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A Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AM) move ação contra a nomeação de Péricles por tentativa de burlar as regras do certame. Ele exigiu a aplicação de critérios de desempate contrários ao que estava previsto no edital.

Péricles ficou na 321ª posição no concurso que ofertou 300 vagas. Ele afirma que sua classificação foi a 262ª, de acordo com os critérios de desempate que o favorecem.