Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Deputados criticam penalidade a médico acusado de negligência no AM

CRM-AM determinou suspensão do registro de Edson Rita Honorato por 30 dias

Deputados criticam penalidade a médico acusado de negligência no AM

Alessandra Campelo lembrou que Honorato (centro) responde a inquérito por prostituição de menores. Foto: Reprodução/YouTube

Manaus (AM) – Deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) repudiaram nesta quinta-feira (11) a penalidade imposta pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) ao gastroenterologista Edson Ritta Honorato. Ele teve o registro suspenso por trinta dias por negligência em cirurgias que resultaram na morte da jornalista Melina Seixas e do aposentado Alan Braga, no ano passado.

A paciente, de 38 anos, passou mal após colocação de um balão intragástrico de silicone inserido no estômago por endoscopia. O viúvo de Melina, Darlan Taveira Peres, afirma que Honorato acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas omitiu a gravidade do quadro da paciente.

Em 6 de abril, Alan Leite Braga, 65, morreu uma semana após receber o mesmo procedimento, conduzido por Honorato. Segundo a filha de Alan, que preferiu não ter seu nome divulgado, o pai teve uma série de complicações pós-cirurgia, que custou R$ 7,5 mil, e não recebeu as orientações adequadas.

A deputada Alessandra Campelo lamentou a pouca efetividade da punição e lembrou que Honorato responde a inquérito na Polícia Civil por prostituição de menores. “Ele foi pego com duas menores, duas meninas muito pobres, a quem ele dava dinheiro em troca de sexo”, frisou. A parlamentar informou que a Procuradoria da Mulher está apurando os casos. “Se ele não for preso por negligência médica, vai ser preso por prostituição de menores”.

Embora preso em flagrante, Honorato foi solto pela polícia. “Fica meu repúdio ao CRM por essa atitude. Independente das mortes que destruíram famílias, o fato de um homem ter sido encontrado em um apartamento, aproveitando a vulnerabilidade social para fazer sexo pago, já seria motivo para retirá-lo do convívio em sociedade. E não sabemos o que ele faz no consultório quando ele atende uma mulher mais vulnerável”, pontuou a deputada.

Punição

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (União), apoiou a manifestação da colega e propôs uma visita ao CRM-AM para averiguação dos critérios aplicados na punição do médico.

“Trinta dias é muito pouco. Ele, no mínimo, deveria ter sido preso pelo crime contra o paciente e por esse processo aos quais responde. Vamos abraçar a causa e ir até o final”, declarou. Melina era irmã do prefeito Glenio Seixas, de Barreirinha (a 330 quilômetros de Manaus).

Familiares realizaram um protesto na sede do CRM-AM, na zona Centro-Sul, durante julgamento do médico, nessa terça-feira (9), e se disseram frustrados com a decisão do órgão.

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