
Foto: (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Brasília (DF) – Com a proibição de cartazes e banners no plenário da Câmara e das Comissões em Brasília, os parlamentares e visitantes vão precisar se reinventar para manifestar suas opiniões na Casa.
O início o ano legislativo no Congresso Nacional foi marcado por protestos dentro e fora do Plenário Ulysses Guimarães.
Na posse do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), extremos de direita e de esquerda se mobilizaram para protestar pró e contra a anistia dos presos do 8 de janeiro, e contra a alta do café e da picanha, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última semana, um grupo de parlamentares protestou na tribuna da Casa. Em seu discurso, o mineiro Nikolas Ferreira (PL) falou sobre o suposto golpe de “home office”, onde o réu não foi ouvido.
“Em um processo, foram ouvidas ambas as partes, mas eu digo para os senhores, Bolsonaro que é o alvo maior dessa denúncia, não foi ouvido, aqui nesse país traficante é ouvido e ex-presidente não,” disse o parlamentar.
Durante o protesto, os deputados seguravam cartazes falando sobre o aumento da inflação, pedido de anistia e perseguição política.
Do outro lado da moeda, a base governista também teve espaço para protestos e usavam cartazes com as frases “Sem anistia” e “Bolsonaro preso”.
O deputado federal Lindberg Farias (PT-RJ) destacou a delação do tenente-coronel Mauro Cid durante seu pronunciamento, mas foi interrompido pelos gritos dos colegas no Plenário.
“Deviam ter vergonha, pois o que os senhores fizeram rompe qualquer laço de relação democrática, vocês tramaram o golpe de Estado”, disse Farias.
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Mas a partir de agora, os grupos vão precisar de novas estratégias para se expressar dentro e fora da Casa Legislativa.
Segundo o cientista político Guilherme Soares, a decisão do presidente Motta é uma forma de demonstrar força; porém, a manifestação é um direito democrático dos parlamentares e a decisão do republicano deve ser repensada.
“Não vejo com bons olhos a decisão do presidente Hugo Motta de vetar a utilização de cartazes, banners, panfletos e afins dentro das comissões e do plenário da Casa. Essas manifestações são silenciosas e, geralmente, fazem parte de manifestações advindas da população, seja por entidades de classe, por associações, organizações e tantas outras denominações possíveis que temos dentro da nossa democracia”, pontuou o especialista.
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