Manaus, 4 de maio de 2024
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Cenário

Diretórios do AM devem informar à Justiça gastos com candidaturas femininas

Além do AM, todos os diretórios estaduais do Brasil devem tornar os gastos transparentes, de acordo com o TSE

Diretórios do AM devem informar à Justiça gastos com candidaturas femininas

Foto: Reprodução

Manaus – O número de candidaturas femininas cresceu nas eleições de 2022. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todos os partidos cumpriram o mínimo de 30% das candidaturas destinadas para mulheres. Com isso, os gastos das legendas também aumentaram, no entanto, esse fator agora deve ser informado à Justiça Eleitoral.

Os gastos dos recursos do Fundo Partidário que são destinados para as candidaturas de mulheres e negros devem ser enviados para a Justiça Eleitoral. A exigência deve ser cumprida pelos diretórios nacionais e estaduais de todos os partidos. A determinação é uma reposta do TSE ao partido Podemos, que questionou sobre a questão.

De acordo com o ministro Mauro Campbell Marques, a prestação de contas dos valores gastos com essas candidaturas consta da própria Resolução do TSE nº 23.607. O ministro, que foi relator do caso, ressaltou que esse entendimento foi pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento sobre o tema.

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Na consulta, o Podemos questionou se a regularidade na aplicação mínima de percentuais poderia ser apurada na prestação de contas do diretório nacional da legenda. Com isso, os órgãos estaduais ficariam dispensados de comprovar o uso das verbas para essa finalidade.

O presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, ainda destacou importância do órgão de fixar regras claras, principalmente em prestação de contas, para uma maior segurança partidária e de fiscalização da Justiça Eleitoral.

Candidaturas femininas no AM

Assim como nos demais lugares do Brasil, o número de candidaturas femininas para disputar as eleições no Amazonas também demonstrou um crescimento. Na disputa pelo governo, por exemplo, pela primeira vez duas candidatas mulheres estão na corrida eleitoral.

Uma dessas candidatas é Carol Braz (PDT) que tem um bom destaque, e nas pesquisas eleitorais conseguiu aparecer, mesmo com nomes de veteranos da política local, ela consegue ser favorita entre uma parte dos eleitores.

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Prova disso é a última pesquisa divulgada pelo Instituto Iveritas, na quinta-feira (4), em que a candidata Carol Braz aparece em quarto lugar, com 3,7% das intenções de voto, enquanto outros sequer aparecem nas intenções de voto. Carol Braz fica atrás do candidato à reeleição Wilson Lima (UB), que lidera as intenções de votos com 33,3%, e consegue ficar na sequência logo atrás de Amazonino Mendes (Cidadania), com 30,8%, e Eduardo Braga (MDB), com 16,7%, que pertencem a velha guarda.

Foto: Reprodução / TV AM1

A secretária nacional da mulher do Partido dos Trabalhadores, Anne Moura, tem se destacado desde a convenção partidária do MDB ao ser anunciada na chapa majoritária do candidato Eduardo Braga (MDB).

Com a aliança entre Braga e o ex-presidente Lula (PT), o próprio partido petista foi quem indicou Anne para compor a chapa. Segundo o PT, a escolha da vice foi baseada pela sua influência na política nacional.

Vale destacar que, no atual cenário da disputa eleitoral, Anne Moura é a única mulher que compõe uma chapa que pode encostar em um possível segundo turno. Com Eduardo Braga, a petista aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, 16,7%, segundo a pesquisa do Instituto Iveritas.

Foto: Divulgação

Fora da disputa ao governo, as candidaturas para as vagas de deputado estadual e federal também possuem fortes representares. Entre as candidaturas de mulheres, Vanda Witoto (Rede), além de levantar a bandeira da luta feminina, também defende o direito dos povos indígenas.

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Witoto ganhou destaque no cenário amazonense após se tornar a primeira pessoa vacinada contra a covid-19 no Amazonas. Disputando uma vaga para a Câmara Federal, a ativista quer levar amplas bandeiras para o Congresso, como melhorias na saúde, educação, economia, mas dando ênfase na luta pela Amazônia.

“Vamos fazer história juntos. Esse momento é histórico para os povos indígenas e também para os não indígenas do Estado do Amazonas”, disse.

Foto: Divulgação

Mirando uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas, a Bancada das Manas, do PCdoB, é um grupo formado por mulheres negras. A mesma bancada já participou das eleições de 2020, quando tentavam uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus, mas pelo Psol.

A bancada é composta pela ativista e produtora cultural Michelle Andrews, a ativista da calha do Rio Negro, Val Fontes e Markilze Siqueira, que em 2020 era vice na chapa do petista José Ricardo. Também compõem a chapa a ativista materna Alessandrine Silva e a líder comunitária Patrícia Andrade.

Foto: Reprodução / Instagram

“Vamos vir para 2022 fortalecendo a esquerda no Amazonas e, principalmente, fortalecendo as pautas da mulherada, da cultura, no direito popular, da questão do interior e a população amazonense vai ter opções”, afirmou Andrews.