Manaus, 29 de março de 2024
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Manaus, 29 de março de 2024

Economia

Comércio repudia ‘papel de vilão’ por aumento de casos da covid-19 em Manaus

O presidente da Fecomércio-AM, Aderson Frota, afirma que pessoas irresponsáveis são os verdadeiros culpados pelo aumento dos casos

Comércio repudia ‘papel de vilão’ por aumento de casos da covid-19 em Manaus

Foto: Márcio Silva / Portal Amazonas1

Com a decisão judicial que determina o fechamento do comércio não essencial em Manaus, o setor repudia o “papel de vilão” pelo aumento dos casos de covid-19. A afirmação é do presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota.

De acordo com o representante, os empresários do comércio entendem o papel do Ministério Público, do Judiciário e do governo em tentar controlar a covid-19 em Manaus, mas frisou que é preciso que se defina quem são os verdadeiros responsáveis pelo aumento dos casos.

“Então, nós da atividade comercial, repudiamos, de certa forma, o papel de vilão da pandemia. Nós não somos os agentes causadores. Uma empresa, na realidade, ela tem missões muito bem distintas e nobres. Uma empresa atende a população, paga impostos, gera empregos, gera renda, qualidade de vida e dignidade humana. Nesse momento é preciso que a gente encontre, numa conversa muito sensata, muito equilibrada, com muita boa vontade, a solução para o problema da pandemia”, esclareceu Aderson.

Para o presidente da Fecomércio, o aumento dos casos é resultado de parte da população que não respeita as medidas de prevenção.

“A contaminação não vem pelo funcionamento de uma empresa e sim, de pessoas indisciplinadas, que não têm os cuidados protetivos e que acabam virando veículos da covid-19. Levam a doença para suas casas e atingem as pessoas mais vulneráveis, os pais e avós, a própria família”, afirmou.

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O empresário destacou que o aumento dos casos de covid-19 ocorre desde o final de outubro e que a eleição e, principalmente, as festas de final de ano colaboraram com esse cenário de crise na rede hospitalar da capital.

“Bem, nós sabemos que essa demanda cresceu, primeiramente, a partir do final de outubro, atravessou o mês de novembro, que foi período eleitoral e desaguou agora, no final de ano que tiveram muitas confraternizações, muitas festas, fora as festas clandestinas que nós todos sabemos que existiram centenas de denúncias à polícia. Nessas festas, o índice de irresponsabilidade com a vida era muito grande. Veja bem, aí acontece que o índice de contaminação fica cada vez mais aceso em função dessa indisciplina das pessoas”, enfatizou.

Aderson Frota também acrescentou que o fechamento do comércio leva ao desemprego e que o Estado pode ter aumento de gastos com os problemas oriundos dessa medida.

Decisão

A opinião de Aderson Frota é sobre a decisão do juiz Leoney Figlioulo Harraquian, que acatou pedido do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) para fechamento do comércio não essencial em Manaus, pelo período de 15 dias; decisão monocrática foi tomada no último sábado (2).

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Nesta segunda-feira (4), o governador Wilson Lima (PSC) baixou decreto acatando a decisão judicial. No documento, está fixado o retorno dos efeitos do decreto assinado no dia 24 de dezembro, que previa o fechamento do comércio a partir do dia 26 do mesmo mês, mas que acabou sendo revogado após protesto de comerciantes.

Manaus se encontra em momento crítico por conta da pandemia, com hospitais particulares lotados e com a rede de saúde pública chegando ao limite. Nesse domingo (3), a capital amazonense bateu recorde de internações em um único dia, desde o início da pandemia. Foram confirmadas 159 internações, durante o pico da pandemia, entre os meses de abril a maio, esse número chegou a ser de 105 internações por dia.