Manaus, 18 de abril de 2024
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Manaus, 18 de abril de 2024

Política

Em depoimento na CPI, diretor da Precisa fala pouco e nega influência de Bolsonaro

Danilo Trento é diretor institucional da Precisa Medicamentos; em depoimento à CPI, ele disse que não teve influências de Jair Bolsonaro ou Ricardo Barros

Em depoimento na CPI, diretor da Precisa fala pouco e nega influência de Bolsonaro

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

BRASÍLIA, DF – Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado Federal, o empresário Danilo Trento disse não ter quaisquer relações com nenhum membro da família Bolsonaro. Trento, que é diretor institucional da Precisa Medicamentos, depôs à comissão nesta quinta-feira (23), marcada até mesmo por brigas e xingamentos.

Durante o depoimento, Trento se recusou a responder diversas perguntas, usando o direito constitucional de permanecer em silêncio. Devido a isso, a CPI aprovou a quebra dos sigilos bancário, telefônico, telemático e fiscal do executivo, em requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Trento foi questionado se a Precisa teria atuado junto ao líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) para garantir a compra da vacina indiana Covaxin, fabricada pelo laboratório Bharat Biotech e importada pela Precisa. Ele negou a acusação, e disse que nunca fez qualquer intervenção junto a Barros.

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“Como diretor institucional da Precisa Medicamentos, não participo das negociações. No entanto, não houve interferência do presidente Jair Bolsonaro ou do deputado Ricardo Barros no processo de compra das vacinas”, disse.

Trento também foi questionado sobre a participação de uma de suas empresas, a Primarcial Holding e Participações, em um esquema de lavagem de dinheiro, junto com a Precisa Medicamentos. Os parlamentares também questionaram se a Primarcial seria usada para adquirir imóveis e outros bens para a empresas pertencentes a Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa. Danilo Trento não respondeu.

Segundo um fluxograma apresentado na CPI, a Primarcial e a empresa Berlim, outra empresa de Trento, faziam transferências entre si. A Berlim recebeu, segundo o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), R$ 4,7 milhões e transferiu R$ 5,6 milhões a Primarcial. O mesmo acontecia com a empresa 6M, de Maximiano, que transferiu R$ 15,9 milhões e recebeu R$ 11,7 milhões da Primarcial.

Viagem a Las Vegas e legalização de jogos de azar

Documentos da CPI mostraram que Danilo Trento teria viajado para Las Vegas (EUA) exatamente no mesmo dia em que uma comitiva da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur): 23 de janeiro de 2020. A cidade, localizada no estado de Nevada, é conhecida por ser a capital mundial da jogatina.

Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), a avaliação é que Trento teria ido a Las Vegas para tratar trazer a “jogatina americana para o Brasil”. “Trazer cassino é uma forma de fazer lavagem de dinheiro, sonegar imposto e dar espaço para o crime organizado. A máfia de Las Vegas tomaria conta desse negócio grande”, afirmou.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também teria ido na mesma viagem, mas na comitiva da Embratur, o que fez os senadores associarem Bolsonaro a Trento. O empresário e o filho do presidente, entretanto, negaram quaisquer relações um com o outro.

“Alguns poucos senadores irresponsáveis da CPI, mais uma vez, distorcem fatos e criam narrativas para atacar o senador e sua família. O senador nunca se reuniu com o senhor Danilo Berndt Trento em Las Vegas, nem possui vínculo de qualquer espécie com o mesmo. O senador esteve na referida cidade em missão oficial e suas agendas estão publicadas no site do Senado Federal”, diz uma nota enviada pela assessoria de Bolsonaro.

(*) Com informações da Agência Senado

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