Manaus, 5 de maio de 2024
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Política

Tacla Duran entrega supostas provas contra Moro e Dallagnol à Justiça

Advogado afirma ter recebido proposta de Moro pedindo US$ 5 milhões para mantê-lo em liberdade

Tacla Duran entrega supostas provas contra Moro e Dallagnol à Justiça

Em audiência remota, Tacla Duran reforçou denúncias de extorsão por parte de Moro e Dallagnol (Foto: Reprodução)

Curitiba (PR) – Em depoimento na segunda-feira (27) a Justiça na capital paranaense, o advogado Rodrigo Tacla Duran entregou fotos, gravações em áudio e documentos que supostamente provam a participação do ex-juiz lavajatista e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) a crimes de lavagem de dinheiro.

Entre as acusações, todas referentes ao ano de 2016, auge da 48ª fase da operação Lava Jato, Tacla Duran, ex-advogado da empreiteira Odebrecht, afirmou que recebeu uma proposta de Moro para que não fosse preso. Mas a liberdade do advogado custaria U$ 5 milhões (aproximadamente R$ 15 milhões).

Duran alega ter sido preso em novembro de 2016, em Madrid, na Espanha, a pedido de Moro, após ter pago apenas U$ 613 mil (aproximadamente R$ 2,4 milhões) dos US$ 5 milhões pedidos. A quantia havia sido paga ao advogado Carlos Zucolotto Júnior, ex-sócio de Rosângela Moro, esposa do ex-juiz e atual deputada federal pelo União Brasil de São Paulo.

Tacla Duran afirmou, ainda, que o esquema era de conhecimento do ex-coordenador da força-tarefa lavajatista e hoje deputado federal, Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

Competência do STF

A citação aos nomes de Moro e Dallagnol, que têm foro especial por serem parlamentares, fez com que o juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal, interrompesse a sessão e remetesse o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

“Diante da notícia-crime de extorsão, em tese, pelo interrogado, envolvendo parlamentares com prerrogativa de foro, ou seja, deputado Deltan Dallagnol e o senador Sergio Moro […] encerro a presente audiência para evitar futuro impedimento, sendo certa a competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal”, disse Appio no termo de audiência.

No início de março, Appio havia revogado o mandado de prisão preventiva contra Duran, que havia sido decretado por Moro quando juiz. A decisão via que Tacla deveria prestar contas de suas atividades a 13ª Vara Federal de Curitiba a cada dois meses.

Tacla, à determinação de Appio, foi incluído em um programa de proteção a testemunhas do governo federal logo após o depoimento de ontem.

Moro e Dallagnol se defendem

O senador Sergio Moro disse em nota que Duran “tenta desde 2020 fazer delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, sem sucesso. Por ausência de provas, o procedimento na PGR foi arquivado em 9/6/22”.

Dallagnol se pronunciou via Twitter, tachando Tacla de “mentiroso compulsivo” e “criminoso confesso”.  

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