Manaus, 7 de maio de 2024
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Cenário

Empresa gestora do CBA protagonizou rombo de quase R$ 1 mi no Governo Alckmin

Sediada na capital paulista, o IPT foi utilizado em 2016 como um 'puxadinho' pelo então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e Inovação, Márcio França

Empresa gestora do CBA protagonizou rombo de quase R$ 1 mi no Governo Alckmin

Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Brasília (DF) – O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), instituição privada que atua na gestão administrativa do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), desde a última terça-feira (2), já foi utilizado para desvio de verba pública quando Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República, atuou como governador do Estado de São Paulo.

Sediado na capital paulista, o IPT foi utilizado, em 2016, como um “puxadinho” pelo então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e Inovação, Márcio França, atual ministro dos Portos e Aeroportos de Lula, com seus assessores parlamentares, para a obtenção de recursos extras com o acúmulo de cargos públicos na administração estadual.

Isso porque, conforme consta no Portal da Transparência do Estado de São Paulo, Márcio França e mais quatro assessores usufruíram do total de R$ 943.695,32 anuais em recursos extras pelo IPT com ganhos mensais de R$ 78.641,27.

Márcio França, por sua vez, ao mesmo tempo em que atuava como secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – recebendo R$ 20.549,60 mensais, também ganhou salário extra, como presidente do Conselho de Administração do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), recebendo R$ 6.177,00 e ganhando a mesma quantia como conselheiro-presidente do Conselho de Administração do Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista.

Segundo apurado pela reportagem, o IPT e o Desenvolve SP fazem parte da administração da secretaria comandada por França.

Assessores

Entre os assessores beneficiados, Cláudio Valverde, conhecido como braço direito de Márcio França desde a época em que o político atuava como prefeito de São Vicente (SP), chegou a acumular três cargos públicos na administração paulista.

Pelo IPT, Valverde recebia R$ 14.231,00 como conselheiro da instituição, o salário de secretário adjunto da Ciência e Tecnologia de R$ 14.231,00 e também recebia como conselheiro da Companhia Paulista de Eventos e Turismo (CPETUR) mais R$ 11.839,25, totalizando uma remuneração de R$ 32.247,25.

Outro membro da equipe de Márcio França, o jornalista Maurício Juvenal, que atuou na época como chefe de Gabinete do atual ministro com o salário de 12.872,26, também atuava no cargo de conselheiro do IPT com a remuneração de R$ 6.177,00, totalizando ganho mensal de R$ 19.049,26.

Até o ex-prefeito de São Vicente (SP), Tércio Garcia, que sucedeu França, fez parte do “puxadinho” como diretor do IPT e recebendo o salário é R$ 20.590,00. Ele não foi o único ex-prefeito a lucrar com os recursos públicos, já que Jorge Abissamra, que também passou pelo executivo do interior paulista, na cidade de Ferraz de Vasconcelos, também recebeu verba pelo instituto de tecnologia, como conselheiro, com o salário de R$ 6.177,00.

Abissamra já foi condenado à perda de direitos políticos, a ressarcir os cofres públicos e ao pagamento de multa por irregularidades na compra de materiais de construção entre 2011 e 2012, em ações promovidas pelo Ministério Público, acusado de desvio de recursos públicos e enriquecimento ilícito. Ele é um dos ‘caciques’ do PSB no interior do Estado de São Paulo.

Sobre o IPT

Atualmente, o IPT faz parte da gestão administração do CBA, encabeçada pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (Fuea).

O comando administrativo também conta com as parcerias da Fundação de Apoio ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

O IPT é vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e atua no ramo de pesquisas do país há mais de 123 anos. Conhecido por ser um dos maiores institutos de pesquisas do Brasil, o instituto trabalha em quatro áreas de atuação: inovação, pesquisa & desenvolvimento; serviços tecnológicos; desenvolvimento & apoio metrológico, e informação & educação em tecnologia.

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