Manaus, 27 de abril de 2024
×
Manaus, 27 de abril de 2024

Cidades

Empresário investigado pela PF por caixa dois nas eleições recebe permissão para viajar

O empresário e o filho sacaram R$ 3 milhões em uma agência em Manaus; eles têm vínculo familiar com um político do Acre

Empresário investigado pela PF por caixa dois nas eleições recebe permissão para viajar

(Foto: Arquivo/ Agência Brasil)

MANAUS – A Justiça Eleitoral autorizou que o empresário Francisco Timóteo de Castro e o seu filho, Victor Hugo da Cruz Castro saiam de Manaus no período de 20 de dezembro a 2 de janeiro de 2023.

Os investigados não podiam se ausentar da capital por terem sido presos em flagrante, no dia 21 de outubro, com R$ 3 milhões, em operação da Polícia Federal (PF) contra crimes eleitorais.

A suspeita é de crime de caixa 2, expressão utilizada para mencionar uma quantia não declarada ou não contabilizada pelas autoridades.

A informação está no Diário Oficial do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), do próximo dia 9 de janeiro, disponibilizado nesta quarta-feira (21) no site do órgão.

De acordo com a publicação, após prestarem depoimento na sede da PF em Manaus, Francisco Timóteo e Victor Hugo tiveram liberdade provisória concedida, mas foram “aplicadas outras medidas cautelares diversas da prisão, dentre elas, a proibição de se ausentarem da comarca sem autorização judicial”.

Leia mais: Polícia Federal apreende R$ 3 milhões em dinheiro vivo com parentes de político no AM

Inicialmente, a defesa dos investigados teria pedido a permissão para a saída da cidade, entre os dias 4 a 9 de dezembro, mas depois mudou para o período que acabou sendo permitido pela Justiça.

Em sua decisão, o juiz Rogério José da Costa Vieira afirmou que os investigados têm endereço fixo e foi comprovada a viagem, por meio dos bilhetes de passagens, somando-se ao fato de se estar no ‘recesso forense’ da Justiça e, por isso, autorizou a viagem.

“Não havendo motivos que conduzam ao entendimento de que tenham intenção de fugir ou prejudicar a instrução processual, entendo que a ausência temporária dos mesmos não trará nenhum prejuízo ao andamento do processo”, disse o magistrado no documento.

O juiz determinou, no entanto, que no primeiro dia útil após o recesso, ou seja, dia 9 de janeiro, pai e filho compareçam ao cartório da 1ª Zona Eleitoral para que comprovem o retorno à Manaus “sob pena de ter o benefício da liberdade provisória revogado”.

Inquérito

O empresário e o filho respondem ao Inquérito Policial n° 2022.0076565, instaurado contra eles pela PF desde o segundo turno das eleições, após sacarem o montante de R$ 3 milhões, em espécie, em uma agência bancária no Centro da capital.

Na época, a autoridade policial informou que a apreensão foi a maior realizada durante a operação ‘Eleição 2022’. Ainda segundo a PF, no momento do flagrante foram apreendidos dois celulares e um carro de luxo com a dupla, que estava acompanhada de uma empresa de transporte de valores.

Leia mais: Empresário preso com R$ 3 mi pela PF pede fim de inquérito, mas Justiça Eleitoral nega

Os policiais informaram também que os dois foram levados à Superintendência da Polícia Federal e não comprovaram a destinação do valor exorbitante. Outra informação repassada pela PF é que pai e filho possuíam vínculo familiar com um político do estado do Acre.

No início de dezembro, o empresário solicitou à Justiça Eleitoral, por meio de um Habeas Corpus, com pedido de medida liminar, o trancamento do inquérito contra ele, mas o pedido foi negado.