Manaus, 17 de maio de 2024
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Cenário

Entidades repudiam fala de Wilker sobre obrigatoriedade de cartão de vacinação

Fala do deputado a favor da obrigatoriedade do cartão de vacinação foi rechaçada por entidades representativas do comércio

Entidades repudiam fala de Wilker sobre obrigatoriedade de cartão de vacinação

Foto: Divulgação

MANAUS, AM – Entidades do comércio repudiaram a fala do deputado estadual Wilker Barreto (sem partido) sobre a exigência do comprovante de vacinação para entrar em estabelecimentos comerciais, como shoppings, restaurantes e academias. Wilker defendeu a medida em seu perfil nas redes sociais, na última sexta-feira (21).

Segundo o deputado, a vacina tem sido fundamental para diminuir as mortes decorrentes da doença. Ele apoiou a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que pede a exigência do cartão de vacinação nos estabelecimentos. Wilker disse que “se vacinar hoje é um gesto de respeito, proteção e cuidado ao próximo. Vacina salva vidas!”

“Sem ela, o número de internações e óbitos seriam ainda maiores que no mesmo período do ano passado! Portanto, apoio a recomendação dos órgãos de controle do Estado, e o Executivo precisa criar mecanismos seguros para que essa fiscalização realmente aconteça”, afirmou o deputado.

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A manifestação, no entanto, causou a reação de várias entidades representativas do comércio, como a Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-AM).

Em nota divulgada no último sábado (22), as entidades disseram que têm atuado para propor medidas de segurança, incluindo a adoção de protocolos de segurança “para garantir a saúde e segurança de todas as pessoas”. As entidades ainda lembraram da ampla campanha de vacinação promovida pelo Governo do Amazonas, e classificaram o posicionamento do deputado como “carrasco e antidemocrático”.

“O que se espera dos políticos, sobretudo em tempo de recessão econômica, são Posicionamentos pautados na razoabilidade, no equilíbrio econômico-financeiro, na harmonia social, entre outros princípios de igual relevância. (…) Temos certeza que o Exmo. Deputado não se lembrou daqueles que, com olhos em lágrimas estão entregando cartas demissionárias, e, também, daqueles que diuturnamente estão dando seu sangue para manter seus negócios em pé e pagando impostos escorchantes a que a atividade empresarial é submetida nesse País”, diz a nota, assinada também pela Câmara dos Dirigentes Lojistas do Amazonas (CDL-AM), Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), Associação Amazonense de Supermercados (Amase) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL).

A reação

Em entrevista ao Amazonas1 neste domingo (23), Wilker Barreto disse que seu posicionamento é puramente econômico. Ele ressaltou que a única ferramenta capaz de combater a proliferação da pandemia é a vacina, e o que pressiona as autoridades a tomarem medidas restritivas é a pressão do sistema de saúde.

“Suponhamos que 800 mil amazonenses estão sem se vacinar. Pegue 0,5% disso. Onde vamos ter quatro mil leitos para alocar essas pessoas no Amazonas”, questionou.

Wilker Barreto, que está com o pai internado em São Paulo (SP), vítima da covid-19, disse que o comércio não está enxergando a real situação. Ele afirmou ser contra a obrigatoriedade da vacina, mas disse que ela suaviza os sintomas da covid-19, que pode passar a ser tratada como uma gripe.

“Se o cidadão agravar, vai para o sistema público e pressiona o sistema de saúde. O sistema pressiona, e o governo impõe medidas restritivas. O comércio não está enxergando isso. No sistema do Amazonas, qualquer 0,5% de não vacinados já coloca o sistema em colapso. Mesmo os vacinados precisam procurar o sistema, porque um não-vacinado tira a vaga de um cardiopata ou alguém que teve um derrame”, pontuou o parlamentar.

Wilker