Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Política

Ernesto Araújo depõe hoje e abre semana mais tensa na CPI da Covid

Ex-ministro das Relações Exteriores será inquirido sobre relações diplomáticas com China e Índia; Ernesto Araújo é o primeiro fora da Saúde a depor na CPI

Ernesto Araújo depõe hoje e abre semana mais tensa na CPI da Covid

Foto: Agência Brasil

MANAUS, AM – Nesta terça-feira (18), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 vai ouvir o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O depoimento do diplomata abre a semana que promete ser a mais aguardada da comissão.

A convocação de Araújo atende a um requerimento dos senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O ex-ministro deve ser inquirido a respeito das relações diplomáticas com a China durante a pandemia. Cada senador terá um total de 15 minutos para inquirir Ernesto Araújo sobre suas ações frente ao Itamaraty.

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Outro assunto pelo qual o ex-chanceler deverá responder será o contato com o governo da Índia para a fabricação em massa de cloroquina, em abril de 2020. Conforme documentos divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-ministro agiu dessa forma mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhar o uso do medicamento.

De acordo com o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, Ernesto agiu de forma “irresponsável”. “Ele trabalhou pela fabricação da hidroxicloroquina, que não funciona, e não trabalhou pela compra de vacinas, que funcionam”, apontou, em entrevista à Folha.

audiências

Foto: Agência Senado

Demissão

Ernesto Araújo deixou o cargo de chanceler em março deste ano, após um atrito com a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Na época, o ex-ministro acusou o Senado de fazer lobby, com a China, pelo 5G dos orientais. Araújo acusou justamente o Senado e a China de fazerem lobby pela sua demissão.

Para além do ex-ministro, nesta semana, a Comissão ainda vai ouvir o ex-ministro Eduardo Pazuello. Ele foi o terceiro nome a comandar o Ministério da Saúde, substituindo Nelson Teich. Sob sua gestão, o Brasil passou de 15 mil para quase 400 mil mortos pela covid-19. O depoimento de Pazuello, sim, é o mais aguardado da CPI.

Além de Araújo e Pazuello, a comissão ainda vai ouvir a oncologista Nise Yamaguchi, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e até mesmo o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo. Nas últimas semanas, foram ouvidos o gerente geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo; o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres; e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten.

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Foto: Reprodução