Manaus (AM) – Em fevereiro de 2023, oito pessoas morreram em decorrência de um desbarrancamento ocorrido no bairro Nova Floresta, na zona Leste da capital. Das oito vítimas, quatro eram de uma mesma família. Uma delas chegou a ser resgatada com vida, mas não resistiu.
Este foi um dos 23 desastres naturais no ano, que fizeram com que a capital amazonense, em 2023, liderasse a lista de municípios com maior número de desastres naturais no Brasil. O ranking com os dez municípios foi divulgado nessa terça-feira (23) no Boletim de Impactos elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Imagens aéreas do local do desmoronamento de barranco em Manaus.
Reprodução/Chico Batata pic.twitter.com/XsiQSMaKLY
— Portal AM1 (@PortalAmazonas1) March 13, 2023
Além de Manaus, outras nove cidades tiveram a partir de 10 registros de desastres relacionados ao clima: São Paulo (SP) – 22; Petrópolis (RJ) – 18; Brusque (SC) – 14; Barra Mansa (RJ) – 14; Salvador (BA) – 11; Curitiba (PR) – 10 e Itaquaquecetuba (SP) – 10. As cidades de Ubatuba (SP) e Xanxerê (SC) tiveram 9 ocorrências, cada.
Pior qualidade do ar
Outro evento sem precedentes foi a sucessão de dias em que a capital, no meio da floresta amazônica, sofreu ao registrar índices insuportáveis de poluição do ar provocados pelos incêndios florestais criminosos durante o período de elevados níveis de calor gerados pelo fenômeno El Ninho.
Os níveis de poluição causados pela fumaça colocaram Manaus entre as cidades mais poluídas do mundo. A concentração maior de poluição sucedeu na zona Sul da capital – registrando 454, 469, 500 de grau de poluição. A área ficava mais próxima de municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM) com maior incidência de queimadas: Iranduba, Manacapuru e Careiro da Várzea.
O governo federal autorizou o uso de agentes da Força Nacional para combater as queimadas ilegais nos municípios do Sul do Amazonas, com agentes do Ibama e do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBAM).
Nesse mesmo período, Manaus foi atingida com uma forte chuva, após enfrentar um fim de semana de calor intenso, causando deslizamento de terra, desabamento de casas e alagações. A zona Leste da capital é sempre uma das mais atingidas devido à alta incidência de habitações irregulares e falta de infraestrutura.
Seca histórica
Em outubro do ano passado, o rio Negro obteve 13,49 metros em Manaus — a menor cota já registrada na história, em 121 anos de leitura pelo Porto de Manaus.
A estiagem severa atingiu, além de Manaus, outros 61 municípios, fazendo com que a Defesa Civil do Amazonas decretasse emergência em todas as cidades do Estado. Em Manaus, a prefeitura decretou situação de emergência, no fim de setembro, devido à vazante do Rio Negro.
O porto que recebe insumos do Brasil e do exterior para atender a Zona Franca de Manaus ficou mais de um mês sem receber navios cargueiros.
O último boletim sobre a estiagem no estado, divulgado no dia 19 de janeiro, mostra que todos os municípios continuam em situação de emergência.
LEIA MAIS:
- Manaus volta a registrar altos níveis de poluição do ar
- Manaus tem a pior qualidade do ar por dois dias seguidos
- Como Manaus registrou terceira pior qualidade do ar do mundo
- Queimadas no Pará, Rondônia e Mato Grosso interferem na qualidade do ar no AM
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.