Manaus, 10 de maio de 2024
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Cenário

Falta de consenso entre parlamentares deve atrasar projeto de reforma tributária

Segundo conversas de bastidores, existe a falta de compreensão sobre o funcionamento do modelo ZFM, inclusive entre representantes da bancada amazonense.

Falta de consenso entre parlamentares deve atrasar projeto de reforma tributária

Parlamentares do AM apresentam ZFM para GT da reforma (Foto: Del Lima /Portal AM1)

Manaus (AM) – Parlamentares que integram o grupo responsável pela elaboração do projeto de reforma tributária no Brasil divergem sobre quais medidas devem ser apresentadas ao governo federal e Congresso, e a preservação das vantagens competitivas da Zona Franca de Manaus (ZFM) é um dos pontos sensíveis do entrave.

O que se fala nos bastidores é que existe a falta de compreensão sobre o funcionamento do modelo ZFM, inclusive, entre representantes da bancada amazonense. Por isso, a entrega do relatório, prevista para o dia 15 de maio, deve ser adiada.

Nesta sexta-feira (14), o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária da Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG), e o relator da proposta, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), participaram de visita às indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) e de seminário sobre o tema na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Ribeiro afirmou que as propostas direcionadas à ZFM estão sendo elaboradas, mas não citou medidas específicas. “Existe uma intensa mobilização do Congresso em torno desse sistema. Nosso objetivo é simplificar a tributação do consumo. Somos os últimos dos países que tratam bens e serviços de forma diferente”, explicou. “Um pressuposto fundamental e a cobrança do destino final é mais justo, pois o tributo fica onde está sendo consumido”.

Já o petista disse que a reforma deve recuperar a competitividade por meio de um projeto que beneficie a indústria, além de gerar empregos e melhorar a renda per capita.

“Nosso sistema tributário reduz a competitividade e não permite bens e serviços com preços mais acessíveis. O Brasil vende manufaturados mais caros do que os EUA. É um sistema complexo, burocrático, que acumula custos em cada fase da produção”.

O modelo da reforma prevê, entre outras medidas, a unificação de tributos como PIS/Cofins, IPI e ICMS (que incide sobre os combustíveis), o que acabaria com a guerra de alíquotas de impostos e a ineficiência. Atualmente, a reforma é tratada em duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC). Contudo, tanto a PEC 45/2019, discutida na Câmara, quanto a PEC 110/2019, analisada no Senado, não contemplam os benefícios da ZFM.

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