Manaus, 20 de maio de 2024
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Manaus, 20 de maio de 2024

Cidades

Vítima no RS clama ao governo do AM por resgate à família amazonense

Em contato com o Portal AM1, Luciano Moraes Ortaca diz que a mulher, o filho e a sobrinha, todos amazonenses, estavam a passeio no RS quando ficaram isolados em abrigos devido às chuvas.

Vítima no RS clama ao governo do AM por resgate à família amazonense

Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana (FOTOS: LAURO ALVES/SECOM)

Manaus (AM) – O que era para ser uma viagem de férias com a família no Rio Grande do Sul (RS) se tornou um pesadelo para o gaúcho Luciano Moraes Ortaca, de 48 anos, que deixou o Amazonas no mês passado acompanhado da esposa, a amazonense Patrícia Silvia dos Santos, de 41 anos, o filho de 3 anos e uma sobrinha de 8 anos. A família está em um abrigo, na cidade de Canoas (RS), para vítimas da enchente que castiga o sul do país.

Luciano, a esposa, o filho e a sobrinha desembarcaram no Rio Grande do Sul no dia 25 de março deste ano. O retorno da companheira e as duas crianças para Manaus está previsto para o dia 9 de julho, data da emissão das passagens aéreas. No entanto, o apelo de Luciano é para que as autoridades amazonenses possam amparar a família antecipando o retorno ao Amazonas.

O gaúcho disse que pretende continuar mais uns dias no Sul, para ajudar outros filhos que moram na região e perderam tudo com as enchentes durante as intensas chuvas dos últimos dias. A preocupação dele, nesse momento, é garantir o retorno da família amazonense quanto antes e com a integridade física preservada.

Ele diz que a expectativa da ajuda animou a família com o anúncio feito pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), na última quinta-feira (9), de que os amazonenses no RS seriam trazidos de volta.

Luciano Moraes Ortaca, a esposa Patrícia Silvia dos Santos, o filho e a sobrinha (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Ao Portal AM1, o gaúcho falou um pouco acerca do cenário que está vivendo com a família em um abrigo — montado numa empresa de caminhões — porque a casa onde estavam foi completamente invadida pela água.

“No último sábado, chegamos ao abrigo. Aqui, estamos sendo bem amparados com comida e atendimento médico. Por esse lado da atenção médica, é bom porque não estamos enfrentando esperas longas para atendimento ao meu filho e nem à minha esposa, que é hipertensa. Mas, por outro lado, é ruim por estarmos longe da família e do conforto do nosso lar”, explicou Luciano em entrevista ao Portal AM1 nesta sexta-feira.

Confira o momento em que Luciano foi resgato e levado em uma embarcação para o abrigo onde está com a família:

Luciano é gaúcho, mas mora no Amazonas há um bom tempo. Ele e a família têm casa no município de Santa Isabel do Rio Negro, mas estavam no Sul para curtir férias e visitar os parentes de Luciano, que são gaúchos. Até então, a família esperava que as férias fossem tranquilas, mas tudo se tornou um pesadelo.

“Há mais de 50 helicópteros sobrevoando a região, o tempo todo, auxiliando no resgate. O povo está precisando de água potável. Tem muita ajuda chegando e muita gente ainda sendo resgatada ou transferida de abrigos. Por enquanto, o abrigo que nós estamos está tranquilo, mas a gente teme que bardeneiros cheguem por aqui, como já aconteceu em outros abrigos”, contou Luciano.

Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana (FOTOS: LAURO ALVES/SECOM)

(Fotos: Lauro Alves/Secom)

Apelo

Questionado sobre apoio financeiro, Luciano disse que ainda não enfrenta dificuldades financeiras com a família. A reportagem perguntou se ele gostaria de disponibilizar uma chave-Pix para receber doações, mas o gaúcho ressaltou que a ajuda deve ser enviada a outras famílias que estão mais desamparadas que a sua.

“Por enquanto, estamos poupando ao máximo o dinheiro. Alguns amigos de Santa Isabel do Rio Negro já se disponibilizaram para enviar quantias via Pix, mas não queremos incomodar. Eu preciso que minha mulher, filho e sobrinha voltem para o Amazonas o quanto antes. Eu consigo me virar por aqui, no Sul, e preciso ficar aqui para ajudar meus outros filhos que perderam tudo. Tem casa de filho meu que está debaixo d’água. Então, outras pessoas precisam da minha ajuda também”, explicou o gaúcho.

Luciano faz o apelo ao governador Wilson Lima para resgatar sua família o quanto antes. Ele diz que ainda não sabe de nenhuma orientação de como ou quem buscar para que a família receba a ajuda do Governo do Amazonas a fim de retornar ao Estado.

A família de amazonenses está em um abrigo montado na empresa Modular Cargas, que fica na avenida Santos Ferreira, n.º 3500, bairro Estância Velha, na cidade de Canoas (RS). O telefone para contato é o de Luciano: (97) 99154-3801.

Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana (FOTOS: LAURO ALVES/SECOM)

(Fotos: Lauro Alves/Secom)

‘Amazonas pelo Rio Grande do Sul’

Ontem, o Governo do Amazonas lançou a campanha solidária “Amazonas Pelo Rio Grande do Sul”, para a arrecadação de alimentos não perecíveis e água potável para as vítimas das enchentes naquele estado.

“Estamos encaminhando purificadores de água, do programa Água Boa, e já enviamos 30 mil copos de água tratada da Cosama. Aos gaúchos, toda solidariedade e orações do povo do Amazonas”, informou o governador.

Tragédia no RS

Até o fim da tarde desta sexta-feira (10), a tragédia no Rio Grande do Sul já contabilizava 113 mortos e 146 desaparecidos. E, até agora, 406,7 mil pessoas tiveram de deixar suas residências em função das fortes chuvas. Ao todo, 69,6 mil receberam acolhimento em abrigos e 337,1 mil estão abrigadas em casas de familiares ou amigos.

 

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