Foto: Reprodução
MANAUS, AM – Membro da oposição ao prefeito David Almeida (Avante) na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Rodrigo Guedes (PSC) afirmou, nesta quarta-feira (15), que o prefeito precisa “parar de mentir” sobre o orçamento municipal, e que na CMM, a vontade de David Almeida é soberana. Guedes deu as declarações em entrevista ao vivo ao programa Amazonas1 Entrevista.
De acordo com o vereador, David mente ao dizer que teria recebido um valor menor para trabalhar do que os valores de anos anteriores. Para Guedes, o prefeito só fala isso porque a população, por vezes, não tem como ou não sabe verificar o Portal da Transparência para verificar os números.
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“O prefeito está mentindo para a população, e precisa parar de fazer isso, porque é caso de falsidade ideológica. Ele teve mais recursos do que o Arthur [Neto (PSDB)] teve em 2020. O vice-prefeito, inclusive, falou a mesma coisa, mas é mentira”, afirmou.
Guedes diz que o fato de David dizer que teve R$ 2 bilhões a menos do que em 2020 dá a entender para a população que a gestão do prefeito é “eficiente”. “A pessoa que vê o vídeo institucional pensa que o prefeito fez muita coisa com pouco, mas é mentira! A pessoa pública precisa ser honesta.
Orçamento futuro e prioridades
Para 2022, David Almeida vai gerenciar um recurso na ordem de R$ 7,2 bilhões, aprovado “a toque de caixa” pela Câmara Municipal na última terça-feira (14). Segundo a Lei Orçamentária Anual de 2022, o gasto da Prefeitura só com comunicação ficará na casa dos R$ 100 milhões, e de acordo com Rodrigo Guedes, o orçamento é superior ao de cinco secretarias municipais juntas.
“O que a gente percebe por aí é uma inversão de prioridades. A área de publicidade da prefeitura vai ter mais recursos do que Esportes, Feiras e Mercados, Trabalho e Empreendedorismo, Manauscult e Fundação Dr. Thomas”, explicou Rodrigo Guedes.
Segundo o parlamentar, com o recurso que vai gerenciar para 2022, o prefeito deve focar em áreas sensíveis, como o transporte público e a infraestrutura urbana. Ele diz que o transporte coletivo em 2021 piorou, e que ele renuncia ao mandato caso ele veja alguma iniciativa boa para a área.
“Teve uma entrega de 30 ônibus. O que são 30 numa frota de 1500? 90% tem mais de 10 anos de idade, e andam e circulam de forma irregular. O transporte coletivo piorou e muito esse ano, mas ainda tem outro problema, ainda maior, que é a infraestrutura. Falta calçadas [sic], sinalização de vias, e por aí vai. Esses pontos precisam ser melhorados com urgência. Até quando se vai colocar a culpa em gestões passadas? Não tem coisa mais desumana do que permitir que os cidadãos continuem andando nesses ônibus, que pegam fogo, ”pregam” no meio do caminho, que são latas velhas”, pontuou.
Puxadinho da Prefeitura
O parlamentar voltou a dizer que a CMM se tornou um “puxadinho” da Prefeitura de Manaus. Segundo ele, os projetos oriundos da Casa Civil são todos votados em regime de urgência, isto é, com toda a rapidez possível e impossível. Guedes ainda criticou o que chamou de “carimbaço”, isto é, o papel da Câmara de apenas referendar a vontade do prefeito.
“Um projeto que deveria ser discutido em uma ou duas semanas, no mínimo, é discutido em duas horas. Parece que a CMM só está ali para carimbar. O prefeito manda, e a CMM carimba e autoriza. Ninguém rebate o que eu falo porque é a verdade. O projeto chega, é aprovado o regime de urgência, sempre com voto contrário meu e do vereador Amom Mandel (União Brasil) as comissões se reúnem com rapidez para dar o parecer, assinam qualquer coisa, volta para votação, e em 20 minutos, se aprovou um projeto em regime de urgência”, apontou Guedes.
O vereador reafirma que essas atitudes prejudicam o trabalho da CMM, porque um projeto pode ser melhorado ou até mesmo ser repensado. “Mas, infelizmente, o que acontece é que na CMM, a vontade do prefeito é soberana. O que ele manda é aprovado, e o que for contra o interesse do prefeito não passa de jeito nenhum. O prefeito manda na Câmara Municipal de Manaus”, completou.
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