Manaus, 23 de maio de 2024
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Cenário

Imposto sobre grandes fortunas pode ser um socorro na pandemia da covid-19

O imposto sobre grandes fortunas está previsto na Constituição desde a sua promulgação, porém, nunca foi regulamentado e poderá ser um socorro em tempos da pandemia provocada pela covid-19

Imposto sobre grandes fortunas pode ser um socorro na pandemia da covid-19

Foto: divulgação/internet

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), autor do Projeto de Lei 183/2019, que pede a taxação de imposto sobre as grandes fortunas, voltou a defender sua proposta nas redes sociais, na última quarta-feira (16).

O parlamentar citou uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP) e disse que vai defender a taxação com mais rigor durante seu mandato, nos próximos seis anos.

“Por isso, nós vamos insistir em nosso projeto. Tenho seis anos para pressionar no Senado e com esse estudo técnico, ficou melhor ainda. Nossa proposta está cada vez mais forte!”, disse ele.

A pesquisa afirma que, se o imposto for aprovado para taxar as grandes fortunas, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará em 2,4%, sendo acrescido 1% no imposto dos mais ricos, com uma transferência de R$ 125 por mês para os 30% mais pobres.

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Plínio disse, ainda, que isso poderia socorrer o país, principalmente durante a pandemia provocada pela covid-19. “Essa retribuição que os ricos dariam ajudaria muito o Brasil a crescer e a amenizar os problemas e sequelas dessa “maldita covid-19.”, finaliza.

Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia Amazonas (Corecon-AM), Francisco de Assis Mourão Júnior, a proposta é válida, porém, precisa ser bem estudada.

“Quando a gente visualiza a questão tributária do nosso país, que é muito complexa, dividida entre impostos diretos, que ficam sobre impostos de folha de pagamento quando a pessoa atinge um determinado valor de renda, e os indiretos, que são mais sobre o consumo, ex que é taxado sobre o consumo, claramente penaliza o que tem menor renda”, disse o economista.

Mourão Júnior também defende que seja feita uma reforma tributária que venha reduzir as altas cargas tributárias no país.

“A proposta tem que ser vista em vários aspectos, entre eles, o da própria Receita Federal ter esse controle. Eu defendo essa linha de taxar as grandes fortunas, mas defendo também a linha de uma reforma tributária, que diminua os impostos, criem outros impostos, que talvez o de grande fortuna seja um viés, mas temos que reformular não só a questão tributária sobre a pessoa física, mas na pessoa jurídica, que é a que gera emprego e renda”, afirma Mourão Júnior.