Manaus, 16 de junho de 2024
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Cenário

Professor Samuel diz que bolacha com suco é suficiente para alimentar alunos: ‘merenda não é almoço’

O assunto foi abordado após a vereadora Professora Jacqueline relatar a qualidade da merenda distribuída pelas escolas administradas pela Semed.

Professor Samuel diz que bolacha com suco é suficiente para alimentar alunos: ‘merenda não é almoço’

(Foto: Divulgação assessoria/ Celso Maia/ Portal AM1)

Manaus (AM) – Nesta quarta-feira (22), o tema merenda escolar rendeu assunto na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Acontece que o vereador Professor Samuel (PSD) acha normal servir bolacha e suco para os estudantes da rede municipal de ensino. O parlamentar, inclusive, defendeu que não se deve oferecer proteínas às crianças, pois não iriam “nem almoçar”. “Merenda não é almoço!”, disse, sem reconhecer que há crianças que não têm o que comer em casa e dependem da alimentação escolar.

Para justificar o argumento, Professor Samuel ainda disse que era bem difícil administrar a alimentação para todas as escolas, já que nem mesmo quando uma pessoa vai preparar um alimento na própria casa está com todos os ingredientes disponíveis.

O assunto foi abordado após a vereadora Professora Jacqueline (União Brasil) relatar o problema que ocorre na Secretaria Municipal de Educação (Semed), que não se preocupa com a qualidade das merendas distribuídas nas escolas municipais.

O argumento do vereador Professor Samuel também foi questionado pelo vereador Lissandro Breval (PP), que classificou o discurso como “assustador”. Breval também expressou preocupação com a segurança alimentar das crianças, que, em sua maioria, são oriundas de famílias com insegurança alimentar, que dependem do alimento fornecido na escola, pois fazem parte das pessoas com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo.

“Normatizar bolacha e suco na merenda escolar, isso me assusta. Outra colocação que me assusta é dizer que merenda é merenda e almoço é almoço. A gente sabe que mais de 70% das crianças que vão à rede pública municipal, muitas vezes, estão naquela quantidade de famílias abaixo do IDH com problemas de segurança alimentar, e não tem o que comer”, afirmou.

Breval destacou que a maioria das crianças que frequentam a rede municipal de ensino são de famílias com dificuldades financeiras e insegurança alimentar, tornando essencial oferecer refeições nutritivas e equilibradas. Ele também mencionou a Lei 202/2021, que visa melhorar a qualidade da merenda escolar por meio da compra direta de produtos de agricultores e produtores rurais familiares, e lamentou que essa medida ainda não tenha sido implementada.

A discussão suscitou questões importantes sobre a qualidade da alimentação nas escolas públicas de Manaus e a necessidade urgente de políticas que garantam a segurança alimentar das crianças. Enquanto os legisladores debatem sobre o assunto, fica evidente a importância de encontrar soluções que atendam às necessidades nutricionais dos alunos, considerando suas condições socioeconômicas.

 

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