Manaus, 6 de maio de 2024
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Cenário

Joana é denunciada por invasão à sede do Ibama e constranger servidores

A denúncia acusa a deputada por quebra de decoro parlamentar, quando invadiu a sede do Ibama para "resgatar" a capivara Filó.

Joana é denunciada por invasão à sede do Ibama e constranger servidores

Deputada Joana Darc visita sede do Ibama em Manaus no último sábado (Foto: Reprodução/Instagram Joana Darc)

Manaus (AM) – Uma petição eletrônica com mais de 21 mil assinaturas denuncia a deputada estadual Joana Darc (UB) por invasão à sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Manaus. A petição realizada pela plataforma Change.org consta o pedido de investigação por quebra de decoro parlamentar, que foi protocolado nessa sexta-feira (14) na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).

A acusação contra a parlamentar foi motivada por sua atuação no “resgate” da capivara Filó, que envolveu o universitário amazonense Agenor Tupinambá, tutor da capivara, e o recolhimento do animal silvestre pelo Ibama.

Os autores da denúncia mencionam ainda que, no dia 29 de abril Joana Darc, convocou uma multidão de seguidores em suas redes sociais para acompanharem sua ida à sede do Ibama a fim retirar Filó dos estabelecimentos do instituto.

A capivara estava em posse do Ibama após Agenor ser denunciado por maus-tratos e domesticação de animal silvestre. O instituto recolheu o animal em Autazes, onde o estudante mora. Na representação, a ação de Joana resultou em assédio e ameaça a uma servidora do órgão.

“A parlamentar utilizou, de forma sensacionalista, as redes sociais para convocar o público em apoio a seu objetivo, filmou, fotografou, e transmitiu ao vivo as ações orquestradas”. “A parlamentar produziu vídeos de difamações, que foram publicados na internet. Um ato repugnante e contrário à ética parlamentar”, diz trecho da petição.

A denúncia cita também o momento em que Joana Darc se atirou sobre o carro da servidora atacada, quando esta deixava o local de trabalho.

Já no dia 30 de abril, o documento lembra que deputada “mais uma vez chamou seus seguidores para anunciar que iria retirar a capivara do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), afirmando que o local não era próprio para receber animais silvestres” e “constrangeu e assediou agentes terceirizados de segurança para adentrar no órgão”.

“Durante dois dias a deputada se comportou de forma histérica, simulando choro, se ajoelhando no chão, correndo de um lado para o outro, gritando e ameaçando os servidores presentes”, diz outro trecho do documento entregue na Assembleia. “A agitação dos manifestantes causou estresse aos animais silvestres em situação de quarentena”, completa.

A Aleam está de recesso desde o dia 13 de julho e retorna os trabalhos no dia 1º de agosto. Se acatada, a representação será enviada ao Conselho de Ética.

Procurada pela reportagem, a deputada não se manifestou.

Recorrente

Essa não é a primeira vez que Joana Darc se envolve em polêmicas contendo denúncias. Ela já respondeu processo no Conselho de Ética em 2020, quando acusou o deputado Roberto Cidade (UB) de ter comprado votos por R$ 200 mil para se eleger presidente da Assembleia. Os 16 deputados que votaram em Roberto Cidade pediram investigação.

Os mandatos dos deputados da legislatura anterior terminaram em 31 de dezembro de 2022 sem que houvesse decisão sobre o pedido de cassação por falta de decoro parlamentar de Joana Darc.

 

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