Manaus, 24 de abril de 2024
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Cenário

Jornalista Rosiene Carvalho repudia ataques de David Almeida à repórter do AM1: ‘erro muito grave’

Para a colunista política, a repórter Gabriela Alves foi constrangida e esse tipo de situação ocasionada, por parte de autoridades públicas, não pode ser aceita por representantes da categoria

Jornalista Rosiene Carvalho repudia ataques de David Almeida à repórter do AM1: ‘erro muito grave’

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – A jornalista Rosiene Carvalho publicou um vídeo em suas redes sociais, nessa sexta-feira (15), para demonstrar apoio à repórter do Portal Amazonas1, Gabriela Alves, que, na semana passada, foi destratada e intimidada pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), após ter tentado fazer perguntas sobre investigações na distribuição dos apartamentos do residencial Manauara 2, nas quais ele está envolvido.

Na ocasião, o prefeito se descontrolou e acusou a diretoria do site de extorquir a Prefeitura de Manaus. Em declaração feita sem nenhuma prova, David disse que o veículo de imprensa “quer tirar R$ 160 mil por mês” do povo manauara.

Para a colunista de política da Rádio Band News Difusora, a repórter Gabriela Alves foi constrangida e esse tipo de situação ocasionada por parte de autoridades públicas é um erro muito grave e que não pode ser aceito pelos trabalhadores, nem por aqueles que se dizem representá-los, neste caso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas (SJP-AM).  

“Estou passando aqui rapidinho para registrar e prestar minha solidariedade à jornalista Gabriela Alves, que sofreu uma intimidação, um constrangimento durante uma coletiva da Prefeitura de Manaus, por parte do prefeito David Almeida, esta semana. Bom, penso que é um erro muito grave de autoridades, de profissionais no jornalismo, e também de coletivos que se apresentam como representantes desta categoria, não conseguirem fazer a diferença entre veículos de comunicação, de empresas jornalísticas e dos profissionais da comunicação, os trabalhadores, os repórteres”, disse Carvalho.

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Sua leitura do caso ocorre dias após o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas ter emitido uma nota de repudio e apoio à repórter do Amazonas1. Porém, o posicionamento da entidade, presidida por Wilson Reis, aponta não ter havido intimidação ao trabalho da jornalista no exercício da profissão, “tendo a mesma o direito como profissional de realizar a pergunta ao entrevistado”.

“Em contrapartida, nota-se uma breve resposta do prefeito quando afirma que o caso, o qual motivou a pergunta da jornalista, está sob investigação do Ministério Público”, diz a nota do sindicato. Durante a entrevista, o prefeito não respondeu satisfatoriamente aos questionamentos da repórter, que foi ignorada inúmeras vezes antes.

Para Rosiene Carvalho, o repórter tem, intrinsicamente, a função de fazer perguntas inconvenientes, as quais os gestores não querem responder.

“Então é muito importante que nós consigamos fazer essa diferença. Compreender que a natureza da atividade jornalística, o jornalista, por sua função e perfil profissional, ele já é um inconveniente, a natureza do jornalista é fazer perguntas inconvenientes, perguntas que as pessoas não querem responder. Tem, inclusive, a máxima né [sic], que tudo que alguém não quer que seja publicado, isto é jornalismo, o resto é publicidade”, diz.

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Ela questionou, ainda, do que se pode chamar os profissionais e coletivos que se omitem ou endossam esse tipo de conduta. “Se alguém pode chamar de chantagista um site ou um veículo que não esteja na lista de publicidade do poder público e, por isso, tem a ‘liberdade’ para fazer perguntas, já que os outros não se autorizam a este exercício de liberdade. Do que se pode chamar, fico pensando aqui, quem se omite, quem endossa esse tipo de conduta contra a atividade do repórter”, refletiu.

Por fim, a jornalista Rosiene Carvalho elogiou a postura e atitude da repórter Gabriela Alves e prestou sua solidariedade.

“Com o tempo, a gente vai aprendendo que, infelizmente, é parte da atuação do jornalista ter que lidar com esse tipo de conduta por parte de políticos e gestores. Não é parte do exercício do jornalista aceitar que isso seja normal e se intimidar e deixar de perguntar […] Então, eu presto a minha solidariedade a você Gabriela, a todos os jornalistas que passam por isso. Espero encontrar você em uma coletiva novamente fazendo perguntas, questionando, porque este é o nosso trabalho em qualquer circunstância, em qualquer veículo”, finaliza.

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