A esposa do ex-governador José Melo (PRO)S, Edilene Gomes de Oliveira, foi presa pela Polícia Federal (PF) a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Além da prisão, a juíza federal titular da 1ª vara, Jaiza Maria Pinto Fraxe, decretou a prisão preventiva de Melo, que estava na carceragem da PF desde o dia 31 de dezembro em prisão temporária.
Melo e Edilene são investigados na operação Custo Político e Estado de Emergência por envolvimento em desvios de dinheiro da saúde pública do Amazonas. De acordo com o MPF, há um “amplo quadro comprobatório” que apontam para indícios de crimes de lavagem de dinheiro, associação ou organização criminosa, ocultação e destruição de provas, entre outros.
Interferência do casal nas investigações
De acordo com o Ministério Público, há elementos claros de interferência de Melo e Edilene na investigação criminal, na intimidação de testemunhas, na ocultação de bens e na potencial continuidade da prática do crime de lavagem de dinheiro.
Na empresa Opte Consultoria Econômica, da qual Edilene é sócia, as investigações encontraram uma planilha intitulada ‘Grupo Salvare’, com detalhes de contratos e valores pagos pelo poder público. “Consta ainda, como parte do Grupo Salvare, a organização social Instituto Novos Caminhos”, diz o MPF.
Para o MP, todos que tiveram acesso às planilhas, incluindo a sócia da empresa e, possivelmente, seu esposo José Melo, tinham conhecimento de que o médico e empresário Mouhamad Moustafa era o dono das empresas citadas e que havia uma relação entre eles.
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Melo foi preso duas vezes
O ex-governador José Melo já foi preso duas vezes durante as investigações da Maus Caminhos, por suspeita de envolvimento no esquema criminoso.
No dia 21 de dezembro, a PF, em conjunto com o MPF e a Controlodaria Geral da União (CGU) deflagrou a terceira fase da Maus Caminhos, batizada de Estado de Emergência, que tinha como alvo o ex-chefe do executivo estadual.
Melo passou o Natal na prisão, mas foi liberado no dia 26 por decisão do juiz Ricardo Salles, da 3ª Vara da Justiça Federal do Amazonas, em audiência de custódia. A liberação ocorreu horas depois de o juiz Wendelson Pereira Pessoa haver prorrogado a prisão temporária.
Já na véspera de ano novo, no dia 31, uma nova decisão judicial, desta vez da juíza Ana Paula Serizawa, tornou sem efeito a decisão que o liberou e decretou a prisão temporária dele, que passou o Réveillon na carceragem da PF.
No dia 1º de janeiro, uma decisão da juíza Jaiza Fraxe determinou que Melo não deveria ser transferido para o sistema prisional do Estado, devendo permanecer na carceragem da PF.
Nesta quinta-feira (4), a mesma juíza decretou a prisão preventiva dele, atendendo a pedido do MPF.
Maus Caminhos: grupo desviava da saúde pública
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