Nesta segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou 10 coordenadores de saúde indígena do Ministério da Saúde. As demissões ocorreram por causa da crise humanitária do povo Yanomami. O comunicado foi publicado no Diário Oficial da União.
Os servidores foram afastados dos cargos nos Estados de Roraima, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Amazonas. O Ministério afirma que quase 100 crianças yanomamis morreram em 2022. A grave situação fez com que o governo atual decretasse estado de emergência.
O presidente Lula fez uma visita a Roraima no ultimo sábado (21) e afirmou que o abandono dos Yanomamis é resultado de uma gestão rigorosa de Jair Bolsonaro e que considera um ‘crime premeditado’ e ‘genocídio’. Lula também relatou o estado crítico que encontrou os indígenas.
“Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarreia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que ao menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami nos últimos 4 anos, com doenças que poderiam ser evitadas”, disse o petista.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também afirmou que o caso dos Yanomami se trata de genocídio, causado pelo ex-presidente.
“Eu vejo o abandono como uma forma de genocídio e essa população estava desassistida. O genocídio também pode ocorrer por omissão”, afirmou. Em uma entrevista para o BBC News Brasil, a ministra disse que “Houve omissão em relação aos yanomamis e outros povos.”
Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) falou que a proteção das vidas indígenas exige medidas contundentes contra invasores e a retomada das demarcações.
“É imprescindível que o governo dê os passos necessários de forma imediata para a retomada da política de demarcação e proteção dos territórios indígenas, com recursos necessários para isso e com a superação firme e determinada da falaciosa tese do marco temporal. O desafio indiscutível de recuperar a convivência democrática no país passa, claramente, pela garantia dos direitos fundamentais dos povos indígenas”.
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