Manaus, 8 de maio de 2024
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Cenário

Maioria absoluta na bancada do AM silencia sobre ‘Abin Paralela’

A "Abin Paralela", segundo a Polícia Federal, foi criada com a intenção de espionar o atual presidente do Brasil, Lula (PT), e seus apoiadores.

Maioria absoluta na bancada do AM silencia sobre ‘Abin Paralela’

(Fotos: Marcelo Camargo/Antonio Cruz/Agência Brasil/Marcio Silva/Divulgação/PSDB/Internet/Montagem Portal AM1)

Manaus (AM) – Após a Polícia Federal (PF) divulgar um vídeo, na semana passada, o qual mostra uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) — ainda em seu governo —, sob a suspeita de existir monitoramento ilegal contra adversários políticos do ex-presidente, denominada “Abin Paralela”, apoiadores do ex-mandatário saíram em sua defesa por todo o país, inclusive no Amazonas.

Porém, o único parlamentar da bancada federal amazonense que está apoiando Bolsonaro, incansavelmente, é Capitão Alberto Neto (PL), que busca a aprovação de Bolsonaro para ser candidato a prefeito de Manaus neste pleito.

A “Abin Paralela”, segundo a PF, fora criada com a intenção de espionar o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores, como o PDT (Partido Democrático Trabalhista), sigla de Ciro Gomes e outros adversários de Bolsonaro e de sua família, o que está sendo considerado pelas autoridades como suposta organização criminosa.

Bancada federal

Como mencionado anteriormente, Alberto Neto (PL) é o único parlamentar da bancada federal a apoiar Bolsonaro contra a operação “Tempus Veritatis”.

O capitão, que ultimamente tem estado mais próximo de Bolsonaro e, inclusive, passou cerca de quatro dias na casa do ex-presidente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nos últimos dias do recesso parlamentar, defende Bolsonaro com unhas e dentes, e se posicionou em suas diversas contas nas redes sociais, como no X (antigoTwitter).

O parlamentar também alega que Bolsonaro está sendo “perseguido” pelo PT, de Lula, pois na sua concepção, o governo federal está transformando o Brasil em “uma ditadura”.

“Essa operação da PF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente do PL Valdemar Costa Neto, e aliados não tem sustentação jurídica e mostra que a perseguição é clara”, escreve o político.

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(Foto: Reprodução/Redes sociais – @capalbertoneto)

Como prova de sua fidelidade a Bolsonaro, Alberto Neto tem se dedicado a acompanhar de perto todos os detalhes da manifestação que acontecerá no dia 25. Ele esteve em reunião com outros deputados federais, com o pastor Silas Malafaia e com Bolsonaro, no último sábado (17), para alinhar como sucederá o ato.

Silenciaram

Enquanto o deputado federal dá as caras para mostrar por Bolsonaro, o restante da bancada federal preferiu não se manifestar sobre o assunto. Procurados pelo Portal AM1, os deputados Amom Mandel (Cidadania), Sidney Leite (PSD); Átila Lins (PSD); Silas Câmara (Republicanos); Adail Filho (Republicanos); Pauderney Avelino (UB) e Saullo Vianna (UB) não responderam se irão se posicionar ou o que pensam sobre o assunto.

Os senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) também não se manifestam e suas redes sociais até o momento e também não responderam aos questionamentos do Portal AM1.

Apoio

Mas, no Amazonas, se depender dos deputados estaduais que fazem parte do grupo político do PL, Bolsonaro terá apoio. Assim que a notícia tomou proporção, políticos de direita e extrema direita saíram em defesa de Bolsonaro e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), apontado como a principal pessoa da família a receber as informações da Abin Paralela.

A deputada estadual Débora Menezes (PL), cuja família é amiga do ex-presidente, compartilhou várias postagens em suas redes sociais sobre o caso e o classificou como “perseguição” a Bolsonaro.

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(Foto: Reprodução /Redes sociais – @deboramenezes)

Débora também compartilhou vídeos de Bolsonaro convocando seus eleitores para uma “manifestação” que ocorrerá na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 25. O evento, marcado para acontecer a partir das 15h, será realizado para que Bolsonaro “possa se defender” das acusações da PF. A deputada afirmou que irá a São Paulo para participar da manifestação junto com seu pai, Coronel Menezes.

“Acredito que o ex-presidente Bolsonaro tem sido perseguido injustamente neste desgoverno como forma de silenciá-lo e manchar sua reputação por tudo o que ele representou e representa a nossa nação. Ele já se pronunciou sobre isso e deixou claro que sua ‘Abin paralela’ são amigos próximos que o mantém informado sobre como estão os municípios do nosso Brasil e não como a mídia está mostrando”, afirma a parlamentar ao Portal AM1.

Assim como Débora, seu pai, Coronel Menezes (PL), que é amigo de Bolsonaro e compadre, também saiu em defesa do ex-mandatário. Menezes destaca em suas redes sociais que a honra de Bolsonaro “está sendo atacada” na operação e, enquanto isso, “os verdadeiros ladrões de colarinho branco são absorvidos [absolvidos] e a população refém da bandidagem”.

“Meu apoio a Bolsonaro é irrestrito. Conte comigo, meu presidente”, afirmou o ex-superintendente da Suframa em um post.

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(Foto: Reprodução/Redes sociais – @coronelmenezes)

Coronel Menezes também compartilhou um vídeo que fez especialmente para o amigo, no qual é narrada uma mensagem de encorajamento para o líder do Partido Liberal (PL). A narração, acompanhada de imagens, mostra o atentado que Bolsonaro sofreu durante a campanha presidencial de 2018, quando ele foi esfaqueado por Adélio Bispo.

Inclusive, aliados de Bolsonaro já afirmam, nos últimos dias, que o ex-presidente ainda é traumatizado pelo episódio e se recusa a viajar de avião de pequeno porte durante as eleições municipais, pois para ele, é mais fácil alguém sabotar a viagem tirando uma peça do avião e causar a sua morte. Por isso, ele prefere viajar só de avião de carreira.

Já o deputado estadual Delegado Péricles, também do PL, fez várias publicações sobre o assunto, no entanto, sendo um pouco mais reservado que Coronel Menezes. Em um dos vídeos compartilhados em suas redes sociais, Péricles mostra um trecho da reunião da Abin com Bolsonaro, na qual o ex-presidente afirma que a esquerda brasileira pode vencer as Eleições de 2022 se eles não agissem rápido.

Na descrição do vídeo, que também foi compartilhado pela página da Direita Amazonas, está o questionamento: “cadê o golpe?”. Já na legenda da publicação está escrito: “Golpe ou perseguição contra Jair Bolsonaro?”.

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