Manaus, 16 de maio de 2024
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Brasil

Morre general Newton Cruz, que atuou na repressão durante a ditadura militar

Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto

Morre general Newton Cruz, que atuou na repressão durante a ditadura militar

Foto: Reprodução

O general Newton Araújo de Oliveira e Cruz, ex-chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante a ditadura militar, morreu nesta sexta-feira (15/04), no Rio de Janeiro.

A informação foi confirmada pela Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste (CML).

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O general de divisão veterano tinha 97 anos. Não há informações sobre a causa da morte.

O Crematório e Cemitério da Penitência confirmou que o velório de Newton Cruz será realizado neste domingo (17) na capela 1, das 8h às 11h30. Após a despedida dos familiares, o corpo será cremado.

O militar é figura emblemática da Ditadura Militar brasileira. Ele foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações, entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele deixa quatro filhos.

Newton Cruz ficou conhecido pelo jeito agressivo e falas polêmicas. Em 1983, durante uma entrevista coletiva o general mandou um jornalista calar a boca, o pegou pelo pescoço e o arrastou pelo braço. Newton Cruz ainda chamou o repórter de “moleque” e obrigou-o a pedir desculpas.

O militar nasceu no Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1924. Entrou no Exército em 1941. Promovido a general-de-brigada em abril de 1976, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária — 4ª DE, Pouso Alegre (MG). Deixou o regimento de cavalaria que comandava em Minas Gerais em setembro de 1977, sendo nomeado para exercer o cargo de chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI). Em 1981, recebeu a patente de general-de-divisão.

Em 1983, Newton Cruz foi acusado de ter participação no assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista O Cruzeiro. O jornalista foi assassinado no Rio de Janeiro e um dossiê publicado pela revista Veja apontou que Newton Cruz era o mais interessado na morte dele. Ele foi julgado pelo crime e absolvido em 1992.

O general chegou a cumprir 10 dias de prisão em 1990 após declarações contra o então presidente Fernando Collor de Melo. Cruz teria tido que “um estadista que só tivesse uma bala na agulha deveria usá-la na cabeça”.