O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) denunciou à Justiça, nesta quarta-feira, 26 de julho de 2017, cinco policiais militares pelo assassinato da soldada do Batalhão ambiental da PM, Deusiane da Silva Pinheiro. A morte se deu no dia 1º de abril de 2015, na base flutuante do Batalhão Ambiental, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Na denúncia oferecida pelo MP-AM, o Cabo PM Elson dos Santos Brito é apontado como o autor do disparo que matou a soldada. Os cabos Jairo Oliveira Gomes, Cosme Moura Souza, Narcízio Guimarães Neto, cabos da PM, e o soldado Júlio Henrique da Silva Gama, foram denunciados por falso testemunho.
A denúncia contraria a versão de suicídio apresentada por Elson dos Santos Brito, tomando por base os laudos periciais das armas apresentadas, os registros lançados pelo armeiro Jairo Oliveira Gomes e os depoimentos colhidos. Segundo a denúncia formulada pelo Promotor de Justiça Edinaldo Aquino Medeiros, Elson matou Deusiane, trocou o ferrolho de sua arma com o ferrolho de outra arma, e a apresentou como a que teria sido usada no suicídio.
A análise dos registros do armeiro Jairo Gomes apontou que a arma apresentada como a que teria sido usada por Deusiane para cometer o suicídio estava acautelada para o sargento B. Andrade. A perícia constatou, ainda, que o ferrolho desta arma, onde havia maior concentração de sangue da vítima, havia sido trocado com o ferrolho da arma acautelada para Elson dos Santos Brito. A troca dos ferrolhos teria sido feita com a conivência dos demais PMs acusados.
No dia do crime, estavam no piso superior da embarcação ‘Peixe-Boi’, o denunciado Elson e a vítima. No piso inferior, estavam o soldado PM Júlio Gama e os cabos PM Jairo Gomes, Cosme Sousa e Narcízio Neto. Em depoimento, os quatro confirmaram a versão de suicídio apresentada por Elson, alegando ter ouvido barulho no piso superior seguido de disparo de arma de fogo, e que, tendo subido a escada, encontraram o denunciado Elson e a vítima Deusiane ferida no chão.
O casal vivia uma relação conturbada pelo ciúme excessivo de Elson. Testemunhas relatam que a situação entre eles se agravou depois que Elson reatou com a ex-companheira, insistindo em manter o relacionamento com Deusiane, que não aceitava o triângulo amoroso. A vítima exigiu uma solução para o impasse e acabou sendo assassinada.
Fonte: Assessoria do MP/AM
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