Manaus, 30 de abril de 2025
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Cenário

MPAM apura irregularidades em repasses do Fundeb na gestão de Ribamar Beleza

Prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro foi denunciada por indícios de que professores contratados, mesmo sendo graduados, receberam salários abaixo do piso nacional da categoria.

MPAM apura irregularidades em repasses do Fundeb na gestão de Ribamar Beleza

(Foto: Divulgação MP-AM/Reprodução)

Manaus (AM) – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou um inquérito civil para apurar supostas irregularidades cometidas pela prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro, sob o comando de Ribamar Beleza (União Brasil), em repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Segundo a investigação, conduzida pela Promotoria de Justiça do município, denúncias indicam que professores contratados, mesmo graduados, receberam salários abaixo do piso nacional da categoria.

Também há suspeitas de que a prefeitura esteja utilizando dinheiro do Fundeb para pagar o funcionalismo público municipal, desviando, assim, os recursos destinados exclusivamente à educação.

O caso veio à tona após o MPAM receber denúncias de que professores contratados, desempenhando as mesmas funções que professores efetivos, estariam sendo remunerados com valores inferiores. A Lei nº 11.738 de 2008, que estabelece o piso salarial dos professores, não distingue entre profissionais contratados e efetivos, exigindo isonomia salarial.

Diante dessa possível irregularidade, foi primeiramente instaurada uma notícia de fato com solicitação de informações à prefeitura sobre essas contratações e a identificação dos profissionais envolvidos.

No entanto, a prefeitura não respondeu às solicitações do Ministério Público, permanecendo inerte diante das questões levantadas. Em resposta a essa omissão, o MPAM decidiu aprofundar a investigação por meio do inquérito civil, com o objetivo de confirmar as contratações mencionadas e suas condições.

Embora a constitucionalidade da diferenciação salarial entre professores esteja em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), em regime de repercussão geral, o MPAM continuará acompanhando o caso.

Se forem constatadas irregularidades e o STF decidir pela equiparação salarial, medidas judiciais necessárias para assegurar os direitos dos professores serão tomadas.

O promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior ressaltou a relevância da investigação. “A igualdade de tratamento entre professores contratados e efetivos é um princípio fundamental que não pode ser negligenciado. Enquanto aguardamos uma decisão do STF sobre a questão, continuaremos a monitorar de perto este caso. Se houver irregularidades e o STF determinar a equiparação salarial, tomaremos todas as medidas necessárias para garantir que os direitos dos professores sejam respeitados e que os recursos públicos sejam aplicados corretamente”, destacou.

Segundo o MP, A ação representa um passo para assegurar que os recursos destinados à educação sejam aplicados de forma adequada e que os direitos dos professores sejam plenamente respeitados, promovendo transparência e justiça na gestão pública.

(*) Com informações do MP-AM

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