Foto: Divulgação / Agência Câmara
Brasília – Depois de ser destituído do cargo na mesa diretora da Câmara dos Deputados, o deputado Marcelo Ramos (PSD) usou a tribuna para afirmar que a saída da vice-presidência da Casa era uma “decisão política perigosa”, por não se calar sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Zona Franca de Manaus.
“Essa não é uma decisão regimental ou jurídica: é uma decisão política. É uma decisão política perigosa, porque atenta contra a liberdade e autonomia desse poder. Quando o Executivo ataca a democracia é perigoso. Quando o Legislativo se consorcia com o Executivo para atacá-la, é mortal. Quero de pronto dizer que respeito a decisão, e cumpro, do ministro Alexandre de Moraes, que não julgou o mérito, mas a incompetência do TSE”, disse o deputado do Amazonas em seu discurso.
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Ao finalizar o discurso, Ramos se direcionou ao presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP). “Presidente Arthur Lira, o senhor não ganha um inimigo, nem mesmo um adversário, seguirei respeitando a vontade da maioria dos colegas que o legitima como presidente da Casa”. disse.
Em resposta, Lira afirmou que nem sempre “as decisões são do agrado”, mas que deve representar aos deputados. “Eu nunca representei a mim mesmo, mas aos 513 deputados e deputadas. Em respeito a todos os senhores e senhoras, não reagirei a nenhum tipo de qualquer deputado dessa casa de lacrações palanqueiras e de celeumas de redes sociais. Seguirei em frente, sempre trabalhando pelo bem de nosso regimento”, disparou.
Lira defendeu o cumprimento do regimento, que garante decisões baseadas na maioria, e disse que tentou manter Ramos na posição, mesmo após ele trocar de partido. “Por consideração ao meu vice, que sempre tive com ele um bom relacionamento, fui negligente, fui leniente, e desde fevereiro, quando ele mudou de partido, tentei todas as composições partidárias para que não houvesse a reclamação da proporcionalidade partidária do Partido Liberal”, disse.
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