
(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Brasília (DF) – Os senadores do Amazonas, Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) desembolsaram, juntos, R$ 547 mil para divulgação das atividades parlamentares ou contratação de serviços de apoio ao parlamentar.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, Braga já gastou R$ 61,8 mil da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), mostrando sua atuação nas redes sociais.
O apurado de julho a dezembro de 2024, com dados do Senado, mostra que o relator da segunda parte da reforma tributária está levando a sério o uso do recurso parlamentar para “se autopromover”. Neste período, foram gastos mais de R$ 186 mil.
Nos últimos meses, Braga utilizou agências de publicidade e propaganda e produtoras para atuarem em suas redes sociais, blogs e sites de divulgação em massa.

Foto: (Reprodução/ Senado)
O parlamentar não é o único que usa os recursos federais para se destacar. O senador Omar Aziz (PSD), que deseja ser candidato ao governo em 2026, já usou R$ 270 mil com uma única empresa.
Inscrita no CNPJ 15.183.160/0001-90, e o nome fantasia Uplink mídia, além de Omar, a Amazonas Energia também é apresentada como case de sucesso da marca.

Foto: (Reprodução/ Senado)
Entre dezembro e março, o senador gastou R$ 120 mil em “Consultorias, assessorias, pesquisas, trabalhos técnicos e outros serviços de apoio ao exercício do mandato parlamentar”. Na nota fiscal, não existem detalhes dos serviços prestados ao parlamentar.
A reportagem questionou a empresa sobre o que foi feito para o senador, mas até a publicação deste material, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Com um capital social de R$ 500 mil e apenas um sócio, Marcio Lima Noronha, a principal atuação da Uplink segundo a Receita Federal, é a consultoria em gestão, mas o apresentado nas redes sociais é uma empresa de marketing e estratégias políticas.
Os dados dos parlamentares foram consultados no Portal de Transparência do Senado entre os dias 17 e 18 de março de 2025.
O advogado Marco Vicenzo é especialista neste tipo de investigação e destacou ao Portal AM1 que o dinheiro público usado para “divulgação das atividades”, muitas vezes, é desvirtuado, abrindo espaço para “autopromoção”.
“Em vez de informar a população sobre os trabalhos do mandato, alguns parlamentares utilizam esse recurso para construir uma imagem pessoal com foco nas eleições de 2026. No caso específico do Amazonas, o parlamento estadual tem um custo altíssimo para os contribuintes e, ainda assim, o retorno para a população é insatisfatório”, disse o especialista.
Para o advogado, o valor usado pelos parlamentares é exagerado, e apesar de “estarem seguindo as regras previstas para uso do recuso”, estão entre os piores senadores do Brasil segundo o ranking dos políticos do Brasil.
“O parlamento estadual tem um custo altíssimo para os contribuintes e, ainda assim, o retorno para a população é insatisfatório. Não por acaso, o estado figura entre os cinco piores no ranking nacional de desempenho parlamentar, segundo plataformas que avaliam critérios objetivos como produtividade legislativa, custo-benefício, processos judiciais, presença e atuação concreta”, disse Vicenzo.
Omar Aziz é o terceiro pior senador, com 3,27 pontos. A contagem é baseada em algumas categorias, como votações, uso do dinheiro público, processos judiciais, além da presença do parlamentar nas comissões da Casa.
Já Eduardo Braga possui uma melhor colocação; ainda assim, permanece com uma pontuação ruim, 5,95.
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