Brasília (DF) – A leitura do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar a ação e omissão nos atos de 8 de Janeiro, realizada na tarde desta quarta-feira (26), pode ser o caminho para os parlamentares de oposição do Congresso Nacional solicitarem um pedido de impeachment do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirma que não há dúvidas que o presidente Lula pediu para deixar acontecer e para que o (general) Gonçalves Dias, com o ministro da Justiça, Flávio Dino, dispensassem as corporações da Força Nacional, a Guarda Presidencial e a polícia de choque da Polícia Militar do Distrito Federal, o que cria evidência da conivência do governo federal nos atos do dia 8 de janeiro.
Seguindo a mesma linha de pensamento, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) também pontuou que, se comprovada a omissão do Governo Lula, será comprovado também o crime de responsabilidade que abre espaço para o pedido de impeachment.
Omissão?
Depois de mais de 100 dias de mandato do governo Lula e o vazamento das imagens de Gonçalves Dias nos atos terroristas do início do ano, ficou claro para o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), a suspeita de uma possível omissão do Executivo Federal sobre o ocorrido.
“É inadmissível que, em mais de 100 dias de mandato, ninguém tenha percebido que o ministro (Gonçalves Dias) estava lá no dia e chamado ele para, pelo menos, dar o depoimento dele e dizer o que aconteceu. Chamaram muitos cidadãos, muitas pessoas que participaram dos atos, mas não os ministros. Será que não o chamaram pelo fato de ele ser ministro? Será que tentaram ocultar?”, questionou o jovem deputado.
Manobra do Governo
Conforme divulgado pela reportagem, em matérias anteriores, o governo tentou inclusive fazer com que deputados federais retirassem suas assinaturas por meio de trocas de emendas e cargos no Executivo Federal.
Hoje, em mais uma tentativa de barrar a CPMI dos atos de 8 de janeiro, vem tentando conseguir o maior número de cadeiras entre os blocos partidários da comissão.
A exemplo disso, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chegou até a mudar o seu partido do Bloco Democracia, que contava com o PSDB, Podemos, MDB, União e PDT, e agora integra o Bloco Resistência Democrática, que inclui o PT, PSB e PSD.
Situação esta, que no ponto de vista do senador Plínio Valério (PSDB-AM), chega a ser assustadora.
Com a mudança realizada pelo senador Randolfe, com a conivência do presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a nova configuração dos blocos está com os seguintes postos:
PL e Novo (Bloco Vanguarda) − duas cadeiras;
PSDB, Podemos, MDB, União e PDT (Bloco Democracia) − seis cadeiras;
PT, PSB, Rede e PSD (Bloco Resistência Democrática) − seis cadeiras;
PP e Republicanos (Bloco Aliança) − duas cadeiras.
A indicação dos membros começou nesta quarta-feira (26) e está prevista para encerrar na próxima semana, com o início dos trabalhos da CPMI.
LEIA MAIS:
- Imagens divulgadas pelo GSI mostram Lula e ministros em 8 de janeiro
- Gonçalves Dias diz à PF que houve ‘apagão’ na inteligência do GSI
- Bolsonaro diz que fake news sobre eleições foi ‘acidental’
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.