Manaus, 18 de maio de 2024
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Manaus, 18 de maio de 2024

Cenário

Orsine Júnior é pré-candidato a deputado federal pelo PSD

'Como político eu sou uma pessoa de Centro, não que eu seja em cima do muro, acho que aí tem que esclarecer bem. Sou um cara que tem um lado, mas na questão da nossa política brasileira, eu vejo que ...

Orsine Júnior é pré-candidato a deputado federal pelo PSD

Fotos: Erick Bitencourt | AM1

Empresário e defensor do turismo como principal atividade econômica do Amazonas, é ex-presidente da Amazonastur, foi candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, já foi presidente estadual do PMN e cogitou, em 2021, se candidatar pelo PDT, de Carlos Lupi, mas afirmou que o partido não atendeu suas expectativas em relação à formação de chapa.

Rompido com o ex-governador e pré-candidato ao governo estadual, Amazonino Mendes, Orsine Rufino de Oliveira Júnior foi considerado anos atrás o braço direito do Negão. Orsine afirma que hoje sua única relação com Amazonino é de respeito e deixa claro que não conseguiu ver no ex-governador um articulador da boa política, alguém que nutrisse novas pessoas, forças e energias.

Para Orsine, a maior prova de que a visão de futuro político de Amazonino estava errada é o que está acontecendo hoje: a dificuldade do político experiente se aglutinar politicamente, apesar, de ser um nome forte nas eleições.

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AM1: Hoje o senhor é filiado ao Partido Social Democrático (PSD), a chapa que foi apresentada ontem é considerada uma chapa competitiva para as eleições ao cargo de deputado federal. Qual sua expectativa? Comente.

Orsine: Eu acho que a nova lei eleitoral trouxe para o Brasil uma certeza de que só é eleito quem tem voto. Nós não temos mais aquelas coligações de conveniência, onde você entrava num partido que depois se coligava com outro, que depois se coligava com mais um e no fim você fazia uma chapa só para eleger A, B ou C. Agora, isso acabou, hoje você tem as chapas individuais de cada partido e cada partido tem que fazer dentro da sua chapa 80% do coeficiente eleitoral. Então, isso dificultou para aquelas pessoas que tinham menos votos e entravam. A chapa que o PSD, a comando do nosso presidente estadual, que é o senador Omar Aziz, montou, foi pensado muito na questão de número de vagas, então nós montamos uma chapa que temos quase 100% de certeza que irá eleger dois deputados federais.

AM1: O que o levou a compor as fileiras do PSD?

Orsine: Nós temos no PSD uma identificação muito forte com a defesa da Zona Franca de Manaus, é possível ver no nosso estatuto e nele já consta essa premissa de defesa do modelo. E hoje, nos faltam defensores aguerridos como o Omar para a defesa da Zona Franca. Você percebe que a bancada federal, que em sua maioria é bolsonarista, está calada sobre o decreto do IPI. Então, antes da gente ser eleitor do presidente da República, seja ele A, B ou C, seja ele de direita ou esquerda, eu sou amazônida e defendo a Amazônia, a floresta em pé, porque a floresta em pé é um dos maiores patrimônios que é a minha bandeira de turismo, que é a que eu carrego, o turismo precisa dela para funcionar.

Nós não tivemos que construir uma Dubai, Deus nos deu a nossa Dubai, que é a floresta. Agora, se eu tirar a Zona Franca, eu tenho certeza absoluta que a gente ficaria como o sul do Pará, que é super devastado ou como o Mato Grosso e certas regiões da Amazônia, como os nossos vizinhos no Acre, que tem as devastações do garimpo, da pecuária, todas essas dificuldades. Então, o PSD montou uma chapa pensando em fazer duas vagas de federal, nós não temos candidato a estadual, nós temos candidatos a Senado e a Federal, uma escolha de estratégia do partido.

É uma chapa competitiva sim, mas todos nós lá estamos em iguais condições, tem gente que tem mandato, é claro, e tem gente que não tem mandato, mas, quem não tem mandato, tem causa. É uma chapa de causas, temos eu, que tenho a causa do turismo; o Coronel Gilvandro, que é um cara da causa da educação, trabalhou muito tempo no Colégio Militar; as meninas que são as conselheiras tutelares, que têm a causa da infância e da adolescência; o Marcelo Ramos, que tem uma causa muito forte, e hoje é o vice-presidente da Câmara Federal, tem as suas bandeiras; também o Sidney Leite, que é do setor primário, temos o Átila Lins, que sempre foi forte no interior, que sempre interiorizou o desenvolvimento. Então, toda essa base é para que a gente tenha um bom coeficiente eleitoral e consiga eleger dois. Agora, quem serão esses dois, vai depender do trabalho e da urna. O eleitor é quem vai decidir quem são essas duas ou três pessoas que a gente vai eleger na chapa.

AM1: Em dezembro do ano passado, foi divulgado que o senhor seria candidato pelo PDT. O senhor cogitou mesmo? Era a sigla mais provável na época. Se sim, o que mudou?

Orsine: Sim. Nós fomos chamados para uma reunião pelo Stones e o professor Ademir, que são dois dirigentes do PDT aqui. Fomos até Brasília, conversamos com o Lupi (Carlos), tentamos afinar um discurso, tentamos afinar as ideias e eu respeito o PDT imensamente, tenho grandes amigos lá; mas eu vi que a chapa do PDT estava ainda um pouco mais longe do que eu esperava de uma chapa de um partido. A minha expectativa era que o partido viesse mais forte e sabemos que, hoje, competir numa eleição dessa aguerrida por um partido que não está com a chapa tão boa é preocupante.

E veio esse acirramento da Zona Franca e vi pouco movimento de outros partidos na defesa do modelo, além da questão do turismo ter sido bem aceita e apoiada pelo PSD, eles entendem isso. O Omar já foi governador e, lá atrás, eu comecei na Amazonastur com ele, então eu já vi que eu consigo carregar essa bandeira com bastante apoio dentro do partido. Ficou mais confortável para mim essa união com o PSD e foi também uma escolha baseada na amizade, no respeito, na liderança que eu vejo.

AM1: O senador Omar afirmou que a sigla não vai apoiar candidato ao governo do Amazonas, porque o foco é o Congresso Nacional, mas sabemos que isso pode mudar ainda. Comente um pouco.

Orsine: Acho que o senador é muito sábio quando ele diz que, no momento, esse não é o nosso foco, porque nós não temos candidato ao majoritário. O único candidato majoritário que nós temos é o senador Omaz Aziz, nós não temos candidato ao governo. Claro que nós vamos ter que tomar uma decisão, mas assumir uma posição com relação a isso ainda não é a hora, porque ainda estamos analisando quais são as conjunturas políticas, quais são as alianças formadas.

Tem candidato que não tem partido, tem candidato que pensou que estava num partido e está no outro, tem candidato que apresentou propostas e mudou. Você vê o caso do Moro (Sérgio), que era candidato à presidência e agora voltou para o União Brasil, quer dizer, esses movimentos políticos fazem com que na atual conjuntura você analise realmente quais são as reais intenções e eu tenho certeza que se o PSD decidir optar por um candidato ao Governo do Estado para apoio, coligação ou até mesmo subir no mesmo palanque, será alguém que em colegiado nós vamos decidir. Isso nos foi apresentado pelo Omar e isso é outro fato que deixou tanto a mim, como o Marcelo, Sidney, Átila, todos os companheiros bem à vontade. Nós vamos discutir, vamos analisar as propostas de todo mundo e vamos ver em conjunto com o PSD Amazonas.

Ex-presidente da Amazonastur, Orsine Rufino de Oliveira Júnior – Fotos: Erick Bitencourt/ AM1

AM1: Mas hoje o senhor se arrisca a falar um nome que mais se alinha ao PSD em relação ao Governo do Estado?

Orsine: Não, não me arrisco porque os nomes que estão aí colocados, a única certeza que eu acho que existe é que o governador Wilson Lima é candidato à reeleição, que é o processo natural. O resto ninguém sabe, por exemplo, não há certeza de que o Amazonino vai sair pelo Cidadania, se vai sair pelo PT, pelo MDB, ninguém sabe se o Eduardo é candidato a governo, se a Sandra é vice, se o David Almeida sai da prefeitura e vai para governo, se o Marcos Rotta é candidato ao governo, se o Sabá Reis vai ser o vice.

Então, quer dizer, todas essas conjecturas são desenhadas realmente após as convenções e aí, sim, é pouco provável que o PSD não apresente uma inclinação de apoio, sendo que nós temos a liberdade que foi assegurada pelo Omar de que a gente pode seguir com o partido ou não em relação a isso.

Nós temos um compromisso dentro da sigla, que é seguir com o senador Omar Aziz com foco no Congresso.

AM1: Sabemos que, hoje, o PSD é um partido-base do ex-presidente Lula aqui no Amazonas. O senador até afirmou que o candidato dele à presidência é o Lula. O senhor apoia também?

Orsine: Eu, Orsine Júnior, sou eleitor antes de ser político e como eleitor eu vou analisar muito, porque eu fui eleitor do Ciro no 1º turno em 2018, no 2º turno votei no Bolsonaro, mas até agora o que a gente não conseguiu receber foi a devida atenção para o Amazonas. Acho que nós temos que reavaliar as promessas que foram feitas e quais foram cumpridas e eu não estou pensando em nível nacional, acho que eu como amazônida, como caboco aqui da terra, eu primeiro vou pensar no Amazonas e na nossa população.

Então, não estou dizendo para você que vou votar em uma pessoa ‘X’, mas eu quero sim a BR-319, eu quero sim a proteção da Zona Franca, eu quero sim o turismo como matriz econômica viável para a nossa região, não somente para Manaus, mas para a Amazônia, que esse patrimônio não é só dos manauaras, nem só dos amazonenses, nós temos a Amazônia no Acre, nós temos a Amazônia em Roraima. A gente precisa fazer com que essa matriz, que é a biodiversidade e o turismo, sejam um fator de desenvolvimento na nossa região. Agora, nós temos conectividade, então tudo isso vai pesar na minha escolha como eleitor e aí eu posso te dizer, mais lá na frente, quando eu vir as propostas na mesa.

AM1: O senhor, como um nome da política amazonense, considera os seus ideais mais próximos da esquerda ou da direita?

Orsine: Como político, eu sou uma pessoa de Centro, não que eu seja [sic] em cima do muro, acho que aí tem que esclarecer bem. Sou um cara que tem um lado, mas na questão da nossa política brasileira, eu vejo que o extremismo está prejudicando a reflexão das ideias, então eu não posso te dizer se sou de direita ou de esquerda, eu sou pelo Brasil, eu sou primeiramente pelo Amazonas, que é uma região que primeiramente precisa de atenção e a gente é desprovido de quantidade de representação em Brasília.

Como as bancadas federais são maiores, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, eles levam todo o investimento para eles e como pode o orçamento brasileiro favorecer estados já tão desenvolvidos com a maior fatia e estados menos desenvolvidos com a menor fatia? Isso devia ser o reverso: onde eu tenho menos desenvolvimento tem que chegar mais investimento e onde eu tenho mais desenvolvimento tem que chegar menos investimento e o Brasil não funciona assim, infelizmente e isso tem que mudar. Então essa desigualdade me leva a ser uma pessoa centrada no querer que dê certo.

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AM1: Vamos falar um pouco sobre seu comando à frente do PMN durante um ano e meio. O senhor deixou o partido por quê?

Orsine: Deixa eu te falar uma verdade: acho que não fui eu que deixei a sigla, eu acho que foi ela que se deixou. Eu estou vendo alguns movimentos de reconstrução da sigla encabeçados pelo Rosinaldo Bual e o Kennedy Marques e admiro a força política dos dois. [Eles] foram companheiros aqui com a gente numa luta muito grande para fazer três vereadores, mas eu acho que organização partidária não pode ser algo planejado de última hora. A organização partidária, assim como procuro fazer tudo na minha vida, tem que ser uma sequência de estratégias e planejamentos. Então, o PMN abandonou a estratégia que foi montada quando a gente assumiu e jogou fora todo o planejamento que a gente tinha feito.

Na época, eu convidei o Marcelo Amil para ser candidato aqui a vereador, ninguém chutou ele daqui não, essa foi a primeira mentira que foi contada; a segunda foi a de que eu teria dado algum aporte financeiro para ter o partido, isso também não procede, eu nunca pedi e nunca recebi aporte financeiro. O partido veio para cá com a gente por uma questão de sobrevivência, ele estava sendo oferecido à época para o ex-governador Amazonino e eu vi, no partido, uma oportunidade de uma janela política para um sonho que eu tinha de ingressar no campo político, então eu disse: olha, eu posso pegar essa semente aqui plantar e tentar fazer brotar.

O primeiro fruto que eu posso falar para você são três vereadores e esse fruto foi dado. O partido recebeu uma bancada entre as primeiras, acho que só perdermos para o atual prefeito e para o governador. Um partido sem tempo de televisão, sem recursos, mas com muita organização e planejamento estratégico conseguiu fazer três vereadores na cidade de Manaus – algo que nunca o PMN tinha feito. Então, esse trabalho resultou aqui de pessoas como o Joãozinho Miranda, Kennedy, Eduardo, Alfaia, vários companheiros, todo mundo se uniu e fez uma nominata boa e essa nominata competitiva os fez render os três lugares.

Por isso, que penso que o PMN se deixou e aí agora eu não sei para onde ele foi, mas ele não está entre os partidos que figuram como protagonistas na eleição, uma vez que na eleição anterior você via basicamente todos os dias falarem no PMN.

AM1: O senhor era tido como braço direito, alguém de confiança do ex-governador e hoje pré-candidato ao governo estadual, Amazonino Mendes. O senhor ainda é próximo dele, tem alguma relação de amizade?

Orsine: Não. A minha proximidade é de respeito, eu respeito muito o ex-governador Amazonino, aprendi muito com ele, fui, sim, uma das pessoas que o ajudou e procurei ajudá-lo porque eu sabia que eu o ajudando, eu ajudava o Amazonas na qualidade de secretário de Turismo. Acho que fizemos um trabalho significante na pasta em um ano, mas a nossa relação política teve que ser interrompida porque o que eu via de futuro político não era o que ele estava vendo e eu acho que eu não estava tão errado, porque está aí o ex-governador com muita dificuldade de se aglutinar politicamente, apesar de ele ser um nome forte nas eleições, ele está passando por um perrengue desnecessário.

Eu acho que na política amazonense falta algo que ele já fez lá atrás, que foi nutrir novas pessoas, novas forças, novas energias. É aquela história de quem já namorou e foi traído, não tem problema, mas não vai deixar de namorar, então, nós não podemos na política amazonense deixar de nutrir novas pessoas. Nesse campo, eu acho que o senador Omar Aziz é um dos maiores articuladores da política atual e consegue, sim, fazer pessoas como eu, como outras pessoas que estão lá (no PSD) a terem um grau de suporte e ideal que você olha, pensa e diz: ‘não, eu acredito aqui por que o Omar está me dizendo que a gente vai caminhar junto, que a gente vai ter esse suporte, vamos poder fazer uma boa política’.

Independente dessa mediocridade de direita e esquerda ou A e B, acho que o projeto macro é o seguinte: se eu não fomentar a boa política no Estado como é que eu vou ter bons políticos e bons quadros? Eu acho que isso faltou lá atrás, no ex-governador Amazonino, quando ele teve suas decepções com alguns aliados que foram desleais, e eu não estou incluído nisso, eu fui muito leal, muito sério com ele. E graças a Deus na época eu tive todo o apoio da moçada do PMN para a gente ir para urna, enfrentar e no fim, provamos que nós não estávamos errados.

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AM1: Em 2018, o deputado Sidney Leite o acusou de ter usado recursos da 39ª Festa do Guaraná para outros fins. Na época, o senhor também recebeu da Câmara de Maués o título de ‘persona non grata’ e disse que o deputado teria que provar as acusações, além de ter afirmado que a motivação seria porque a prefeitura do local era comandada pelo sobrinho dele, Júnior Leite (permanece como prefeito). Hoje o senhor fazendo parte do quadro do PSD, do lado do Sidney, não o incomoda de alguma forma ou são águas passadas?

Orsine: Não tenho problemas em relação a isso, porque nada foi provado sobre as alegações dele. Qual a pecha que tenho ou carrego de corrupção? Algum ato ilegal da minha parte? Nenhum! O jogo político é assim, e, na época, nós tínhamos um grupo político, o grupo foi desfeito e às vezes quando se desfaz as pessoas proferem palavras, realizam atos que lá na frente vão se arrepender. Hoje, eu acho que o amadurecimento político é esse, é você entender que eu estou pelo ideal do Amazonas, se o Sidney Leite está dentro do PSD, vou respeitá-lo, vou desejar sorte, vou ter uma lealdade em respeito ao partido e a política não se faz sozinho, se faz de grupo [sic]. Quem achar que faz política sozinho, fica só. Então, esses episódios que aconteceram no passado, a mim, já foram mais do que esquecidos, eu acho que o meu trabalho no turismo fala sozinho e não será um título que a Câmara de Maués me deu através de uma influência que vai mudar aquilo que nós construímos e o lindo Festival de Verão e toda a capacitação turística e a qualidade de melhorias que nós fizemos no turismo em Maués; nada vai apagar isso. As urnas vão falar, porque quando eu for lá, se Deus quiser, como candidato pedir votos, quando a lei me permitir, eu acho que a gente vai ter alguma resposta sobre o trabalho que fiz na cidade.

AM1: Agora vamos falar um pouco sobre o seu trabalho, sua vida dedicada ao turismo. O senhor é empresário e um dos maiores incentivadores, entusiastas desse setor, principalmente aqui no Amazonas. Fale um pouco sobre sua pré-candidatura em relação a isso, ela é uma busca de melhorias para esse setor?

Orsine: A minha macroproposta é fazer do turismo uma nova matriz econômica para o estado, mas não uma matriz econômica pífia, é uma grande matriz econômica. Por que nós temos capacidade de ter terrenos da Suframa subsidiados para implantação de indústrias e nós não temos terrenos subsidiados para a capitação de parques temáticos?

Por que que nós temos um grande porto graneleiro em Itacoatiara e nós temos a Marina do Davi aqui em Manaus, que você não tem condição de levar um turista?

Por que que aqui nós temos isenção de tributos e a aviação regional não é fortalecida com essas mesmas isenções de tributos? Não é somente o querosene, teria que ser a isenção de peças, mão de obra e muito mais.

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Porque os nossos aeródromos no interior são todos à luz de vela? Não temos pistas balizadas, mas aqui no aeroporto de Manaus é tudo balizado porque nós temos que levar carga do Distrito, nada contra a Zona Franca, pelo contrário, se a nossa floresta hoje está preservada é porque nós temos a Zona Franca, se não dá a volta em Marabá. Na Fespim (Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus), por exemplo, meu objetivo foi fazer com que as pessoas enxergarem que o nosso modelo industrial gera sustentabilidade e essa sustentabilidade gera o ecoturismo e esse ecoturismo gera emprego e renda.

AM1: O que mais o senhor acha que precisa ser feito para atrairmos turistas, investidores?

Orsine: Acho que está sendo devagar a forma como está sendo novamente propagado que nós somos um destino seguro para o turista; acho que é preciso um investimento maciço, como: “Venha Visitar o Amazonas”. Eu fico fazendo isso diariamente nas minhas redes sociais, falo da gastronomia, falo do Jet Ski, falo da água do rio, da praia, de tudo que posso, mas eu sou uma gota no oceano e essa busca pelo mandato na Câmara Federal é para que a gente consiga trazer verbas, inclusive, todas as minhas verbas de bancada, todas as minhas emendas serão para potencializar o turismo no estado do Amazonas.

A atração de investidores que é quase zero. Porque nós não temos um Duty Freee com produtos da Zona Franca com isenção de imposto, com loja a custo zero, com governo subsidiando? Seria interessante você comprar, por exemplo, um celular feito em Manaus ou qualquer aparelho eletrônico produzido aqui e você receber um desconto de 20,30%, te ajudaria nesse custo/Brasil, que é muito ingrato com a gente, seria uma maneira de atenuar, para falarem: vou fazer turismo e ainda posso comprar uma tv, um tablet, alguma coisa com 30% de desconto, essa venda seria mensurada, um limite para cada pessoa não sempre, mas seria um atrativo.