Manaus, 17 de maio de 2024
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Entretenimento

Otoni Mesquita se torna membro de galeria de arte em Manaus

Otoni Mesquita disse que o seu primeiro contato com a arte foi quando ganhou um caderno de desenho de um vizinho, ainda na infância

Otoni Mesquita se torna membro de galeria de arte em Manaus

Foto: divulgação/internet

Com mais de 45 anos de experiência, muitas histórias para contar e pinturas que fazem uma releitura do cotidiano, Otoni Moreira Mesquita, de 67 anos, se torna o mais novo membro da Manart Galeria Virtual. O empreendimento passa por uma fase de expansão.

Escritor, historiador e jornalista, Otoni diz que seu trabalho como artista, que é bem extenso e conta com pintura, escultura, gravura, teatro, instalação e performance, vai muito além da arte. Ele diz que é algo para fazer as pessoas refletirem “fora da caixa”.

“Retratar não é o meu forte, eu interpreto. Faço diferentes propostas para que as pessoas possam escapar da transposição, do retrato. Arte é algo que é outro universo, não é o real. É uma releitura, é uma interpretação, uma maneira de escapar, de transcender, e eu tento fazer isso no meu trabalho para fazer com que as pessoas escapem do cotidiano, do ‘café com leite’, das coisas objetivas”, ressalta o artista.

Sobre o convite para integrar a Galeria Virtual, Mesquita disse que não foi bem uma “surpresa”, já que realizou um trabalho com a curadora Hadna Aabreu, da Manart, e por sua longa vivência na arte.

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“Integrar a Manart é um prazer. É bom estar lidando com pessoas mais jovens que contribuem para divulgar o trabalho do artista. Não sei se foi uma surpresa, mas a Hadna foi minha aluna e eu participei de um projeto inicial de sua irmã. Eu creio que estava mais ou menos articulado e que em algum momento teria algo parecido”, destaca o artista.

Para celebrar a parceria entre Otoni e a Manart, foi divulgado um vídeo do artista, no Largo de São Sebastião, falando um pouco de como Otoni realiza suas obras.

Vida artística

Otoni iniciou sua introdução à arte ainda na infância, quando ganhou um caderno de desenho de um vizinho. Desde então não parou mais, e começou a expor o conteúdo em 1975. Entre os trabalhos já feitos, Otoni destaca a obra “Fragmentos”, de 1984, que chegou a ir para salões de exposição, por representar uma ruptura na sua carreira que vinha da performance para a experimentação com materiais e mais conceitual.

A primeira exposição individual de Otoni Mesquita, “Fruturbano”, que foi realizada em 2020 no hall do Teatro Amazonas, com direção artística de Sérgio Cardoso – que agora assinou a curadoria da exposição “Arquitetônicas”.

Projetos

Afastado das artes visuais, Mesquita está “mergulhado” em um projeto de pesquisa sobre a cidade de Manaus nas décadas mais recentes. Otoni é mestre em História Crítica da Arte, doutor em História e atua na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por mais de 30 anos.

“Eu estou na verdade muito mais focado na minha outra formação. Trabalho com a história de Manaus e, a princípio, as artes visuais não estão nos meus planos para agora”, ressaltou o artista.

Otoni também destacou que, por conta da pandemia da covid-19, não conseguiu realizar uma retrospectiva de sua carreira e acredita que deve comemorar quando completar 50 anos de vida artística.

Biografia

Otoni Moreira de Mesquita é um artista plástico amazonense, de 67 anos, nascido em 27 de junho de 1953, durante uma grande cheia em uma pequena fazenda situada na beira do rio, em Autazes. Ele é o oitavo e último filho de Maria José Moreira de Mesquita e Antônio Queirós de Mesquita.

Em virtude da morte trágica e prematura do pai, a mãe dele os levou para Manaus, onde adquiriu um terreno e mandou construir uma casa de madeira, no antigo Morro do Tucumã, área próxima ao bairro da Matinha, em abril de 1955.  Posteriormente, toda aquela área foi urbanizada e recebeu a denominação de Bairro Presidente Vargas. Ele viveu na casa de minha mãe até 1987.