Muito rapidamente, e em condição quase unânime, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal respaldaram a decisão do presidente Lula de decretar intervenção federal no Distrito Federal após os atos golpistas do último domingo (8), quando a inação das forças de segurança de Brasília permitiu que os três principais prédios da República – o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) – fossem depredados.
A tentativa de golpe, assim, só acentuou o que já se percebia no ano passado, com a alta votação obtida pelo governo na aprovação da PEC da Transição. Se o governo Lula já parecia forte, o episódio do dia 8 de janeiro só o fortaleceu ainda mais.
A análise é do Congresso em Foco que, trimestralmente, apresenta o Painel do Poder, onde ouve 70 dos principais líderes do Parlamento.
A última rodada do Painel do Poder foi realizada bem antes dos atos golpistas. O levantamento de campo ocorreu entre os dias 16 de novembro e 15 de dezembro de 2022. Já no calor, portanto, das repercussões da vitória de Lula nas eleições presidenciais de outubro, mas antes da posse do novo governo. Ela, porém, já apontava: na avaliação dos deputados e senadores ouvidos, os principais nomes bolsonaristas que estarão no Congresso a partir de fevereiro não terão alta expressão, e suas lideranças acabarão ofuscadas pelos nomes mais à esquerda, aliados do novo governo.
Assim, ainda que de perfil mais conservador, o próximo Congresso poderá acabar, na visão dos próprios parlamentares, não sendo fortemente oposicionista.
O Painel do Poder apresentou aos deputados e senadores uma lista com os nomes de colegas que foram eleitos e tomarão posse no início no início de fevereiro para que avaliassem que grau de protagonismo eles consideram que esses seus colegas terão. E os parlamentares colocaram os bolsonaristas no final da lista.
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