Manaus, 5 de maio de 2024
×
Manaus, 5 de maio de 2024

Política

Peculato é um dos crimes mais frequentes em processos sobre corrupção

Pesquisa avalia medidas de controle e a repressão dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e a recuperação de dinheiro e bens no Brasil.

Peculato é um dos crimes mais frequentes em processos sobre corrupção

Pesquisa mostra os principais crimes envolvendo corrupção no Brasil (Foto: Gil Ferreira/CNJ)

Manaus (AM) – Crimes contra a ordem tributária, improbidade administrativa e peculato são os assuntos mais frequentes em processos envolvendo temas relacionados a lavagem de dinheiro, corrupção e recuperação de ativos. É o que aponta pesquisa realizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), encomendada pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O estudo foi apresentado durante o evento Seminários de Pesquisas Empíricas Aplicadas a Políticas Judiciárias, em 31 de maio.

Entre os assuntos mais citados, encontram-se, ainda, os crimes previstos na Lei de Licitações, corrupção ativa, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, corrupção passiva, concussão, lavagem de bens, direitos ou valores oriundos de corrupção e inserção de dados falsos em sistema de informação. A análise descritiva, também, permitiu identificar a interseção entre assuntos de especial interesse: apesar do conjunto de 498.439 ações, menos de 5 mil delas combinam o processamento de lavagem e corrupção ativa e/ou passiva.

Acesse a íntegra do estudo

De acordo com a Transparência Internacional, em 2021, o Brasil apresentava índice de percepção de corrupção (Corruption Perception Index) de 38, o que o colocava na posição 96, de 180 países, ao lado de nações como Argentina, Indonésia e Turquia. O objetivo da pesquisa foi examinar o arranjo institucional voltado à prevenção, o controle e a repressão dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, bem como a recuperação de ativos no Brasil, com ênfase no tratamento dispensado pelo Judiciário.

Por meio das movimentações processuais, os pesquisadores identificaram, também, o tempo médio de duração das ações nas justiças Federal e Estadual. Entre os processos que se iniciaram desde 2020, observa-se que o percentual de ações com trânsito em julgado é semelhante em ambos os segmentos (39,7% na Justiça Federal e 38% na Justiça Estadual), com o tempo mediano de tramitação de 78 e 108 dias, respectivamente.

Ao comparar o tempo de tramitação dos processos conforme os assuntos, foi possível identificar que corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro possuem medianas muito próximas, o que indica que metade dos processos com esses temas iniciados depois de 2020 tiveram trânsito em julgado em menos de 100 dias.

Quanto à distribuição dos processos por tribunal, justiça e regiões, destaca-se que cerca de 70% da amostra é composta por processos de origem estadual. A proporção de ações envolvendo corrupção e lavagem de dinheiro, revelada para os tribunais militares (STM, TJM-MG e TJM-RS), chamou a atenção dos pesquisadores. Por sua vez, a distribuição geográfica dos processos reflete a expressividade da região Sudeste na amostra, que lidera, com folga, a distribuição regional na comparação.

(*) Com informações da assessoria

LEIA MAIS: