Manaus, 19 de maio de 2024
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Cidades

PF investiga empresários do AM que pagavam propina por obras no INSS

PF investiga empresários do AM que pagavam propina por obras no INSS

Ao todo, 30 milhões de pessoas receberão o repasse em maio e junho (Foto: Divulgação)

Durante o processo de investigação da operação “Zero Um”, que desarticulou um esquema criminoso de concessão ilegal de benefícios da Previdência, a Superintendência Regional da Polícia Federal (PF/AM) descobriu que existe um grupo de empresários que pagava propina para obter contratos de construção e reforma de prédios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no interior do Estado. A operação foi deflagrada nesta segunda-feira, 22, em cidades do Amazonas e da Bahia.

A operação “Zero Um” buscou desarticular um esquema criminoso no âmbito da Gerência-Executiva do INSS, do Amazonas (Reprodução)

Assim como o crime de fraude nos benefícios, o pagamento de propina ocorria no âmbito da Gerência-Executiva do INSS, em Manaus, e há suspeita da participação de um grupo “seleto” de servidores no crime. Os nomes das empresas, de seus sócios e dos funcionários envolvidos estão sendo mantidos sob sigilo para não comproter o andamento do caso.

Segundo o PF, o esquema com os prestadores de serviços iniciava anteriormente ao processo de licitação, quando eles tinham acesso a informações privilegiadas sobre editais das concorrências públicas ou, em alguns casos, havia direcionamento dos serviços.

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Os investigados, informou a Polícia Federal, irão responder pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva, advocacia administrativa e emprego irregular de verba pública, dentre outros, respectivamente previstos nos artigos 312, 313-A, 317, 321 e 315, todos, do Código Penal.

O nome da operação é uma alusão à função do principal investigado no inquérito que ocupava a mais alta posição funcional da autarquia previdenciária federal no Estado do Amazonas, a de gerente-executivo.

Parente beneficiado

No inquérito envolvendo a concessão ilegal de benefícios, as investigações apontaram  que uma prima do gerente-executivo, cujo nome não foi informado pela PF, conseguiu receber uma pensão por morte com um valor mensal de R$ 2,1 mil, usando documentos fraudados, após ter recebido uma negação do INSS da Bahia.

A 4ª Vara Federal determinou a expedição de um mandado de prisão preventiva e de seis mandados de busca e apreensão, os quais foram cumpridos nesta manhã nas cidades de Manaus, Manacapuru e Iranduba, no Amazonas, e de Ilhéus (BA). Além da PF, INSS e Justiça Federal, atuaram na operação a Controladoria-Geral da União (CGU), em sua atribuição de fiscalização e controle.