Manaus, 3 de maio de 2024
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Cenário

Plínio Valério tem estratégia arriscada ao não disputar eleições, avalia analista

Desde 2018, quando foi eleito senador da República pela primeira vez, o tucano Plínio Valério (PSDB) não disputou mais eleições.

Plínio Valério tem estratégia arriscada ao não disputar eleições, avalia analista

(Foto: Agência Senado)

Manaus (AM) – Candidato para concorrer a cargo político em 2018, quando foi eleito senador da República pela primeira vez, o tucano Plínio Valério (PSDB) não disputou nenhuma eleição para governador do Amazonas e, agora, diz não querer disputar para prefeito de Manaus. A estratégia de Plínio é considerada perigosa por analista político.

“É uma estratégia arriscada, sobretudo quando você não é protagonista de outras candidaturas, ainda que você não concorra, mas às vezes, você influencia um candidato a governo, a prefeitura, que não é o caso do senador Plínio Valério e a gente não tem visto este protagonismo”, avaliou Helso.

O analista considera “digno de aplauso” o vínculo do senador Plínio com o mandado, porque muitas vezes os candidatos se elegem senador — que é um mandato de oito anos — e após dois anos, tentam ser prefeitos. Dois anos depois, tentam ser governadores.

“Eu vejo que tanto o Omar Aziz (PSD) quanto Eduardo Braga têm aparecido bem mais do que o senador Plínio Valério, mas pode ser que ele queira ser só senador, que é um cargo de relevância na República, e não tenha interesse em direcionar esforços para outras eleições.”

Ao Portal AM1, Plínio afirmou não ter receio de se manter focado em seu mandato como senador. “O nosso eleitor nos quer senador mesmo. Foram três tentativas e só na terceira consegui me eleger. Sempre soube o que quis”, disse.

Crítico ferrenho do governo Lula (PT), Plínio Valério tem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações não Governamentais ONGs como a principal bandeira defendida, mesmo antes de assumir a cadeira no Senado. Curiosamente, antes de se filiar ao PSDB, foi membro do Partido Verde, mesmo partido em que a ministra do Meio Ambiente, antes de ela se filiar ao Rede Sustentabilidade.

O relatório da CPI das ONGs foi aprovado no dia 12 de dezembro, pedindo o indiciamento do presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Oliveira Pires, acusado de corrupção passiva e improbidade administrativa.

Briga com ex-tucano

Sem o termômetro das eleições, Plínio deve tentar a reeleição em 2026, mas terá que disputar com ao menos dois pesos pesados da política do Amazonas: o senador Eduardo Braga (MDB), que ganhou a eleição apertada em 2018, na disputa com Luiz Castro (PDT) e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (sem partido), que foi senador de 2003 a 2011.

Braga pode, ainda, querer se candidatar para o Governo do Amazonas, deixando a briga entre o tucano e o ex-tucano — este, sim, já avisou que está motivado a disputar a eleição para o Senado em 2026.

A briga entre Plínio e Arthur será um novo capítulo da disputa pelo poder, já que em 2022, os correligionários brigaram pelo domínio do PSDB. Mais tarde, a executiva nacional bateu o martelo e o senador Plínio passou a dominar o partido.

“Ele foi eleito pelo PSDB e ele era uma figura de proa, mas não era a principal, era coadjuvante, porque o PSDB estava sob o controle do então prefeito de Manaus, Arthur Virgílio”, lembrou Helso.

O analista diz que, apesar de a população parecer não acompanhar os movimentos do senador, é possível que Plínio esteja mantendo contato com as bases e com os meios onde ele conquistou o mandato e lembrou que, lá em 2018, ele foi o senador mais votado. “Só o tempo vai elucidar se ele está mantendo o eleitorado de fato”, concluiu Helso Ribeiro.

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