Manaus, 1 de maio de 2024
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Cenário

Políticos do AM rebatem Zema: ‘equivocado e oportunista’

Zema defendeu a união dos estados do Sul e Sudeste para barrar demandas que, segundo ele, prejudicam as 2 regiões e beneficiam a ZFM.

Políticos do AM rebatem Zema: ‘equivocado e oportunista’

(Foto: Divulgação/Redes sociais e Câmara dos deputados) )

Manaus (AM) – Políticos amazonenses rebateram a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre criar consórcio entre estados do Sul e Sudeste para, segundo ele, ter protagonismo econômico e político no Congresso frente aos estados do Norte e Nordeste. “Equivocado, preconceito e oportunista”, foram alguns termos usados pelos parlamentares que representam o Amazonas na Câmara dos Deputados.

A fala do político repercutiu de forma negativa em todo o Brasil, principalmente, entre os parlamentares nortistas. O deputado Amom Mandel (Cidadania) chegou a questionar como Zema teria sido eleito.

“É óbvio que as políticas públicas beneficiam mais as regiões mais pobres. O objetivo delas é justamente combater a pobreza e a desigualdade. Como elegeram um cara desses? Preconceito fantasiado de argumento técnico!”, escreveu o deputado Amom Mandel.

Outro político que criticou Zema foi o deputado federal Saullo Viana (UB), que afirmou que o governador é “oportunista” por já estar pensando nas eleições presidenciais de 2026.

“Eu vejo a fala do governador Romeu Zema muito mais oportunista do que por convicção do que ele estava falando. Por que que eu digo isso? Porque ele se coloca como futuro herdeiro do bolsonarismo”, afirmou Saullo Vianna.

Já Adail Filho (Republicanos) frisou que é “preocupante o discurso” por “incitar uma guerra entre as regiões, de acordo com ele, com o objetivo de evitar perdas econômicas.

“As regiões Norte e Nordeste são penalizadas há anos por inúmeros projetos nacionais e uma união entre dois não significa guerra entre os demais estados. Não se pode embarcar em uma onda separatista”, escreveu.

 

Sidney Leite (PSD), por sua vez, disse que Zema favorece a divisão ao invés de “promover a colaboração e o entendimento mútuo”.

“A declaração de Zema corta profundamente os laços que unem nossa nação. Aqui no Norte, sabemos o valor da solidariedade e da união. O Brasil precisa de pontes, não de barreiras. Tal fala não representa o Brasil que acredito”, declarou.

Entenda o caso

Em uma matéria que foi publicada no sábado (5), Zema defendeu a formação da frente para que a região não sofra mais perdas econômicas por benefícios que são concedidos aos estados das regiões Norte e Nordeste, como por exemplo, os incentivos fiscais dados à Zona Franca de Manaus (ZFM).

“Nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos — que é necessário, mas tem um limite — de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”, disse Zema em entrevista.

Inimigo político do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo de Minas defendeu o chamado Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), que será presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

Sem conhecimento

Para o especialista político Carlos Santigo, a fala de Zema soa como alguém que não conhece a realidade brasileira e  que o discurso do governador não soma em nada na vida da população.

“Zema parece desconhecer a realidade brasileira. Fala sem conhecimento profundo e sem uma visão estadista, buscando muito mais um conflito entre regiões do país do que trabalhar uma integração entre elas”, ressaltou.

Ainda segundo ele, a fala parece vir de alguém sem projeto “para disputar as eleições presidenciais. Santiago reforça que são constitucionais políticas públicas que ajudem regiões pobres.

“A própria Constituição Federal define que cabe ao Estado promover políticas de desenvolvimento social e econômica nas regiões mais pobres com menor peso econômico”, afirmou.