Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Cenário

População repudia CMM por querer gastar milhões com equipamentos de informática

Eleitores manauaras opinaram sobre o processo licitatório e disseram que o valor é um absurdo; população não acha necessário gastar recursos públicos para beneficiar a Casa legislativa.

População repudia CMM por querer gastar milhões com equipamentos de informática

(Fotos: Celso maia/Portal AM1/Reprodução/Pexels)

Manaus (AM) – Indignada ao saber quanto a Câmara Municipal de Manaus (CMM) pretende gastar para trocar computadores e outros equipamentos de informática para uso na Casa legislativa, a população manauara criticou o investimento e questionou o que seria feito dos aparelhos que serão trocados, e teve até quem ficasse em estado de “choque” ao tomar conhecimento da informação.

A CMM publicou no Diário Oficial Legislativo, no dia 9 de fevereiro, que pode gastar o montante de R$ 2,8 milhões para comprar os materiais, considerados essenciais, pois segundo a Diretoria de Comunicação da Casa legislativa, a aquisição dos equipamentos é necessária para o funcionamento dos departamentos da Casa, visto que, há seis anos não realizava a aquisição de novos computadores.

O presidente da CMM, vereador Caio André (Podemos), foi questionado pelo Portal AM1 sobre o que será feito com os materiais que serão trocados, mas ele não respondeu às perguntas.

Voz da população

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(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

A diarista Jeane Pereira classifica a compra dos equipamentos como “gasto indevido”, porque segundo ela, há outras áreas que precisam ser priorizadas, como a Segurança Pública e Saúde que estão precárias na cidade. A diarista também questionou para onde está indo o dinheiro público que é investido na Casa.

“Eu acho que é um gasto indevido, né? Se for para a Educação, tudo bem, mas para onde vai esse dinheiro? Para quê que eles querem esses computadores? Tem muitas coisas que são prioridade como a Saúde, que está precária, o transporte, que também está precário. Então acho que deveria usar [o dinheiro público] para essas coisas”, opina Pereira.

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(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

Para a estagiária de fisioterapia, Nádia Alcântara, é um absurdo gastar quase R$ 3 milhões na aquisição dos equipamentos, porque segundo ela, não é um material que será dado à população, mas será aplicado para benefício próprio dos parlamentares.

“Eu acho um absurdo, porque o dinheiro que eles estão usando, poderiam estar gastando com várias outras coisas e eles estão gastando com uma coisa desnecessária para eles, não é nem para o povo, “que deu todo esse dinheiro para eles”, reclama a estagiária.

Nádia ainda propôs que, para minimizar gastos exorbitantes na Câmara Municipal, renovar o Parlamento seria uma das opções viáveis, já que é o ano eleitoral e, para ela, os vereadores só atuam bem nessa ocasião, pois, diariamente, os parlamentares, após eleitos, “somem”.

“Acho que seria bom colocar outra pessoa no lugar, alguém que realmente esteja ali a favor do povo, que possa usufruir destes recursos para colaborar para o bem da população, como as áreas da Educação e Saúde. Eu acho que eles só atuam bem em ano de eleição, infelizmente, esse é o nosso dia a dia. A gente não consegue ver uma boa atuação deles no decorrer [do mandato], e, se eles querem ser os melhores representantes da população, precisamos ver essa boa atuação o ano todo”, opina.

“Dinheiro jogado fora”

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(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

Já o comerciante Sival Landim, afirma que o montante para pagar a compra de equipamentos de informática, assim como outros contratos milionários que a Casa vem fazendo, e que se tornaram polêmicos, “é muito dinheiro jogado fora”.

“É muito dinheiro jogado fora, eu acho que não há necessidade disso. Eles já devem ter esses computadores lá e querem renovar não sei para quê, só para gastar à toa”, afirma o comerciante, que aproveita a oportunidade para dizer que, já que é ano de eleição municipal, também é “sempre bom renovar o Parlamento”.

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(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

O autônomo Valcir Santos de Souza, acredita que o valor publicação na ata de registros de preços, do Pregão Presencial nº 024/2023, é um “absurdo”. Para o autônomo, não há necessidade de gastar milhões para trocar os maquinários, pois o recurso público deveria ser investido “para dar segurança para o povo”.

“Eu acho que é um absurdo isso aí. Tem tanta gente passando fome, e ele [Parlamento municipal] fazendo gastos sem necessidade e o povo penando. Eles deveriam investir na Polícia, para dar segurança para o povo”, critica o homem.

Assim como os demais, Valcir afirma que é necessário sempre renovar os representantes políticos municipais, porque, na sua opinião, até hoje, ainda não houve uma troca que pudesse trazer resultados eficientes para os manauaras quando se fala em políticas públicas.

“Desde que eu me entendo por gente, vai trocar e trocar, e todo ano ainda é a mesma coisa, o ‘roubo’ só aumenta [corrupção administrativa] e não acontece nada [com os representantes que praticam tal crime]. No meu ponto de vista, tem que mudar [os governos atuais em Manaus], desabafa o eleitor ao Portal AM1.

“Choque”

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(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

Embora, quase R$ 3 milhões possa parecer um valor “normal” para firmar contratos e licitações para órgãos públicos, para algumas pessoas é um valor alto, que, inclusive, causou um certo choque” na estudante Zequilane Ferreira, ao saber que os equipamentos não seriam comprados para serem entregue a alguma instituição de ensino pública, e sim, para a própria Câmara Municipal de Manaus.

“É sério? Nossa… [isso é] ridículo! Eu pensei que era para doarem para as escolas, que com certeza precisam. […] Eu, estou em choque, de verdade. Eu pensei que era para ajudar na Educação, no ensino, e não para eles, para benefício próprio”, disse a estudante.

Processo licitatório

A informação sobre o processo licitatório consta no Diário Oficial Eletrônico Legislativo Municipal publicado no dia 9 de fevereiro e vai beneficiar a empresa M.A.S. LINS inscrita no CNPJ n.º 27.652.703/0001-50, do Pregão Presencial nº 024/2023.

O presidente da Casa afirmou à reportagem que não gastará nem um terço do valor publicado na licitação, pois, segundo ele, o que foi publicado no Diário Oficial é somente registro de preços, o que, na maioria das vezes, “confunde as pessoas”.

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