Manaus (AM)- A Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou a lei que acrescenta ao calendário da cidade o Dia do Conservadorismo. Porém, os vereadores Rodrigo Guedes (Podemos) e William Alemão (Cidadania) foram os únicos que se opuseram ao projeto.
A aprovação, que institui o dia 10 de março como data comemorativa, ocorreu na última segunda-feira (12), e foi comemorada pelo autor do projeto, o vereador conservador Raiff Matos (Democratas), e pela maioria dos parlamentares da Casa Legislativa.
A ideia, no entanto, não foi aceita por dois vereadores – um deles, Rodrigo Guedes, que foi procurado pelo Portal AM1, e afirmou que o voto contrário foi uma forma de protestar na Casa contra a falta de projetos que realmente interessem à população.
“O ponto é que, criar mais um dia, mais uma data comemorativa, sendo que a Câmara, praticamente, está se resumindo diariamente […] a 80% da pauta de votação de projetos de leis, em criação de datas comemorativas, semanas, mês disso, mês daquilo”, criticou Guedes.
O vereador frisou que reconhece, sim, o conservadorismo como uma forma de pensamento de uma parcela significativa da população, “talvez a maioria”. Mas enfatiza que discussões sobre o tema, como homenagens e dias comemorativos, não são prioridades para a população que enfrenta tantos outros problemas. “A população precisa de políticas públicas”, afirmou.
“É um voto para dizer que a gente não pode ficar aqui diariamente, criando dias como, infelizmente, a Câmara e a própria Assembleia Legislativa têm se resumido ultimamente”, finalizou.
Já William Alemão frisou ao Portal AM1 que votou contra o PL porque não gosta de “movimentos extremos”. Segundo o vereador, o conservadorismo não aceita mudanças.
“E o conservadorismo não aceita bem mudanças ou simplesmente não aceita mudanças. E a minha preocupação é a brecha que nós abrimos como esse tipo de movimento, aprovamos o dia do conservadorismo. Amanhã poderemos aprovar o dia anarquista, por exemplo, né? Então, esses movimentos muitos extremos. Eu não concordo”, avaliou.
O projeto aguarda a assinatura do prefeito David Almeida (Avante) para ser sancionado na cidade, o que deve levar, em média, uns 15 dias para se tornar, de fato, uma lei no calendário.
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