Povo tem sede de justiça e dignidade, diz padre no 'Grito dos Excluídos'

(Foto: Del Lima/AM1)

Manaus (AM) – O Grito dos Excluídos e Excluídas, que reuniu manifestantes em todo o país, nessa quinta-feira (7), também aconteceu em Manaus. A convocação nacional, realizada há 29 anos, é uma manifestação pública, marcada por temas importantes, como a falta de segurança pública, educação, saúde e moradia.

Marcada para iniciar com uma missa no Centro de Convivência da Família, Padre Pedro Vignola, no bairro cidade Nova, zona Norte de Manaus, após celebração, os participantes devem caminhar até o Campo Memorial Amigos do Cruzeiro, na Avenida Timbiras, onde haverá o encerramento da manifestação.

Ao Portal AM1, o padre Alcimar Araújo afirmou que o tema Vida em Primeiro Lugar, “Você tem fome e sede de quê?” faz referência à Campanha da Fraternidade 2023, que também apresenta a temática da fome.

Padre Alcimar Araújo (Foto: Reprodução/AM1)

Fome e sede de justiça

“A gente tem muitas fomes e sedes: fome de justiça, fome de pão, fome de trabalho, fome de saúde. Sede de dignidade, sede de inclusão, sede de democracia, sede de decisão coletiva. Não se constrói uma sociedade melhor alijando a sociedade das decisões. A gente sabe que a nossa democracia é representativa, mas a grande parte dos deputados, vereadores e senadores não representam a população. São eleitos por ela (população), mas representam grupos e a gente percebe essa disparidade nas decisões que eles tomam, nos privilégios que eles têm e a gente não percebe as mudanças estruturais no país para a melhoria na vida do povo”, disse o padre, que é assessor das pastorais sociais da Arquidiocese.

O cardeal dom Leonardo Steiner disse ao Portal AM1 que o Grito dos Excluídos pede pelo direito à vida em todas as formas. “Todos nós desejamos que todas as pessoas tenham chance de viver, mas hoje, nós também temos outro grito: que as criaturas tenham chance de viver, que as águas tenham chance de viver, que o ar tenha chance de viver. Nosso grito é de que há vida, toda vida. E nós – que somos tão envolvidos – que vivemos na casa comum, nós queremos elevar esse grito para que toda a sociedade se envolva e possa, realmente, oferecer uma oportunidade a todos, especialmente às pessoas mais excluídas, que são as pessoas que passam fome, desempregadas, as pessoas que não têm acesso à Justiça”, disse o cardeal arcebispo metropolitano de Manaus.