No município de Carauari, um preso em flagrante por feminicídio foi visto indo a uma loteria da cidade escoltado por policiais, isto, sem autorização judicial.
Francisco Santos de Lima, 44, é acusado de matar a facadas a ex-mulher Maria da Conceição Silva da Cunha, em agosto deste ano e, após ser detido, estaria tendo privilégios ao sair da cadeia para sacar o benefício do Bolsa-Família.
À ocasião, Francisco foi visto com mais dois presos escoltados por um policial. Segundo a família da vítima, o motivo da ida dele a loteria é o saque de um benefício social que pertence a filha de 9 anos e ao filho mais velho de 23 anos, ambos que ele teve com Maria. O valor não está sendo repassado à família.
A reportagem do Amazonas1 entrou em contato com a comarca de Justiça de Carauari, que informou por meio do promotor de Justiça, Caio Lúcio Barros, que Francisco não tem autorização para sair. Além disso, o promotor afirmou a ainda que já estava sabendo da denúncia e medidas estão sendo tomadas para que o fato não torne a acontecer.
Os familiares da vítima também alegam que Francisco estaria trabalhando durante o dia em uma obra ao lado da 65° DIP, onde ele está detido. Sobre esse fato, o promotor informou que há uma obra pública ao lado da delegacia de polícia e nesses casos pode haver a possibilidade de ter sido uma saída legal, no entanto, ele não confirmou a informação.
De acordo com o promotor, na audiência realizada no último dia 21, o Ministério Público pediu que o acusado vá a júri popular. O caso será julgado pelo juiz Jânio Tutomu Takeda.
Família clama por justiça
“A Maria Cunha tinha a medida protetiva de 300 metros. Mas não foi suficiente para impedir que ele fizesse uma emboscada para matá-la”, lamenta Fátima Cunha, irmã da vítima. Ela conta que Maria se separou do marido por conta da violência física que sofria e mesmo tendo acionado a Justiça, não foi capaz de evitar a tragédia.
A família conta ainda que a filha mais nova de Maria está fazendo tratamento psicológico após a morte da mãe. Todos estão indignados com o crime e têm mobilizado a cidade para pedir justiça pela vítima.
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