Manaus, 5 de maio de 2024
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Manaus, 5 de maio de 2024

Cenário

‘Projeto das Armas’ divide bancada do AM em votação na Câmara

José Ricardo, Sidney Leite e Silas Câmara votaram contra a aprovação do PL. Bosco Saraiva não registrou voto

‘Projeto das Armas’ divide bancada do AM em votação na Câmara

Bancada amazonense

Dos oito deputados da bancada federal amazonense, três votaram pela aprovação do Projeto de Lei sobre as armas (PL 3723/19). A mesma quantidade de votos foi registrada para a opinião contrária. Marcelo Ramos (PL) foi o único deputado amazonense que não estava presente na votação.

Já Bosco Saraiva (Solidariedade) não consta na relação dos parlamentares votantes do projeto. O parlamentar não retornou a solicitação da reportagem do Amazonas1 para esclarecer o não registro do seu voto. 

Após passar por uma desidratação, o PL foi aprovado na Câmara dos Deputados através de um amplo acordo, onde foi votado apenas o porte de armas para atiradores, caçadores e colecionadores de armas (CACs). 

Veja mais: Deputados aprovam projeto de lei que libera armas para caçadores

José Ricardo (PT), Sidney Leite (PSD) e Silas Câmara (Republicanos), foram os parlamentares que votaram pela não aprovação da complementação de voto do PL 3723, que promoveu mudanças em relação ao porte de arma para guardas municipais, agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da segurança do presidente da República.

Segundo Sidney Leite, seu voto foi o mesmo dado anteriormente sobre o porte de arma. Ele afirma que continua defendendo sua posição contrária para o armamento da população. “O que o Brasil precisa é ter uma política de segurança, porque, do jeito que está e, com a liberação do porte de arma, corre-se o risco de legalizar o porte de armas para traficantes, pois o custo é muito alto, para ter o porte, com treinamento, certificado de registro e a aquisição de arma, que não sai por menos de R$ 5 mil. O grosso da população não tem condições para isso. Então, o risco de legalizar o porte para traficantes é muito grande”.

O petista José Ricardo, também declarou que é contra o registro, posse, porte e comercialização de armas de fogo e munições no país. Para ele, as estatísticas comprovam que o aumento da violência e assassinatos são causados por armas de fogo.

“Segundo o Mapa da Violência, até 2017, foram mais de 40 mil pessoas assassinadas por armas de fogo, e dados mais recentes mostram que esses números já ultrapassam 60 mil. São números alarmantes. Um dos questionamentos que temos é em relação a Segurança Pública, se as competências e responsabilidades das polícias não estão sendo diminuídas, com o depósito da confiança em armar a população. Isso seria repassar uma responsabilidade para as pessoas, que não estão preparadas psicologicamente e tecnicamente para enfrentarem momentos decisivos”, declarou José Ricardo. 

Parlamentares ligados à segurança votam “sim”

Oriundos da Segurança, os deputados Capitão Alberto Neto (Republicanos) e Delegado Pablo (PSL) registraram voto favorável ao texto do relator do PL. Além deles, Átila Lins (PP) também votou pela aprovação.

De acordo com o Capitão Alberto Neto, foi construído um acordo para aprovar inicialmente o porte de arma para CACs. “Aprovamos ontem o porte para os CACs, porém algumas categorias ficaram de fora do projeto. Foi prometido, em caráter de urgência, um novo projeto que será enviado para a Casa, colocando as categorias de vigilantes, guardas municipais e outros para regulamentação do porte e da posse de arma”, explicou.

Ele afirma ainda que durante a votação da última terça-feira, 5, se posicionou em discurso na tribuna a favor do porte para os CACs, mas que não concordou com o acordo que foi construído. “Acredito que a bancada tinha condições de aprovar a regulamentação de muitas categorias, que sofrem riscos e que precisam utilizar a arma para a sua profissão, tanto na folga quanto no serviço”, finalizou Alberto Neto.

O Delegado Pablo afirmou que o Brasil está há mais de 13 sob o amparo do Estatuto do Desarmamento, e que os índices de violência no país não mudaram. “Questiono os defensores do desarmamento: a violência no Brasil diminuiu? Os crimes baixaram? A Segurança Pública melhorou? Não, não tivemos mudanças. Então a lógica do desarmamento se mostrou ineficaz na prática”, destacou Pablo.