Brasília (DF) – Mais uma vez, a base do presidente Lula (PT), no Congresso Nacional, vai em uma direção e o presidente da República vai para outra. Desta vez, a divergência é quanto ao relatório do novo arcabouço fiscal, que propôs um novo teto de gastos para o país – quatro meses após o petista afirmar, em seu discurso de posse, que acabaria com o limite de gastos públicos.
Além da contradição, Lula também sairá impune com a nova proposta fiscal, pois ao apresentar a matéria que deve ser votada na próxima semana na Câmara dos Deputados, o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), relator da matéria, afirmou que Lula não será punido em caso de descumprimento da regra fiscal.
A proposta, como está, dá mais conforto a Lula em comparação com a regra atual, conhecida como teto de gastos. Em nenhum trecho do relatório apresentado há citação de possíveis punições ao chefe do Executivo.
Em seu discurso de posse, no dia 1º de janeiro, Lula defendeu a responsabilidade fiscal; mas anunciou que acabaria com o teto de gastos.
Gastos secretos
Cumprindo o que disse em seu discurso, os gastos secretos de Lula com cartão corporativo nos três primeiros meses do ano ultrapassam R$ 2,5 milhões.
O valor é cerca de R$ 150 mil a mais em comparação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, entre janeiro e março de 2019, teve um gasto de R$ 2.432.013,88 com o cartão corporativo da presidência.
Os valores estão disponíveis no Portal da Transparência, do governo federal, e correspondem ao pagamento de despesas vinculadas apenas ao órgão específico até o mês de março, data da última fatura.
Segundo o portal, as despesas são informadas conforme o fechamento da fatura do cartão.
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