Foto: Reprodução
A gestão de oito anos do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) realmente não pode ser considerada uma das piores em comparação com seus antecessores, mas a mancha deixada pela entrada da família Valeiko em sua vida o torna alguém mal avaliado pela população. As polêmicas que vieram após o casamento com a primeira-dama Elisabeth Valeiko alteraram a imagem que Arthur Neto tinha antes de assumir a Prefeitura de Manaus.
Arthur casou com Elisabeth Valeiko em 2016. Desde então se tornou difícil ver o prefeito desacompanhado da esposa. Algo bem diferente da relação com a ex-esposa Goreth Garcia.
Hipocrisia
Reeleito em 2017, Arthur criou o Fundo Manaus Solidária e colocou Elisabeth no comando, com salário de R$ 15 mil.
Essa foi a primeira polêmica nesta relação com a nova companheira, pois Arthur mudou sua postura em relação à remuneração de sua esposa. Goreth, que foi secretária municipal de Assistência Social, teve o salário cortado pelo prefeito.
Em declaração concedida para a Folha de S.Paulo, em 2013, Arthur justificou que a decisão de cortar o salário de sua até então esposa era por “motivos éticos”. Ainda de acordo com o prefeito, a decisão tinha base na promessa de campanha de não empregar parentes.
Em 2017, então, veio a hipocrisia.
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Relação com Rotta
A entrada de Elisabeth Valeiko na estrutura da Prefeitura de Manaus foi o motivo de rompimento da relação entre Arthur com o vice-prefeito Marcos Rotta (DEM). Valeiko passou a ter o status de “chefe” minando as ações do vice-prefeito. De acordo com Rotta, em entrevista concedida para o Portal AM1, em novembro, Elisabeth Valeiko passou a ter gestão e controle de contratos e a reunir diretamente com empresários representando a prefeitura.
Caso Flávio
A maior polêmica nesta relação veio com a morte do engenheiro Flávio Rodrigues na residência de Alejandro Valeiko, filho de Elisabeth e enteado de Arthur, no final de setembro de 2019. A cereja no topo do bolo da revolta da população contra o prefeito veio com a sua declaração, inocentando Alejandro, e o colocando como vítima do tráfico de drogas.
Arthur chegou a declarar que Flávio era envolvido com drogas e que tinha sido assassinado por estar devendo aos dois encapuzados que invadiram a casa de Alejandro Valeiko. O juízo de valor feito [pelo] prefeito contra a principal vítima do episódio, em favor do filho de sua esposa, foi o que mais gerou revolta na população.
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Até o momento, Alejandro ainda responde pelo crime na Justiça. Elisabeth Valeiko e a filha, Paola Valeiko, são acusadas de tentativa de omissão de provas pela suposta limpeza de sangue e alteração da cena do crime. Arthur Neto é investigado de forma indireta, já que o veículo usado no crime é um carro oficial da Prefeitura de Manaus.
Lavagem de dinheiro e tráfico de influência
Para encerrar, neste mês, Elisabeth Valeiko, a filha e seu genro, Igor Ferreira, foram alvo da Operação Boca Raton, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Os três são suspeitos de lavagem de dinheiro, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva.
A operação foi deflagrada no último dia 18 e cumpriu mais de 30 mandados de busca e apreensão e de buscas pessoais contra a primeira-dama, sua filha e genro, além de outros envolvidos.
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Diversos itens foram apreendidos como: equipamentos eletrônicos; computadores; celulares; documentos e dinheiro em espécie. O resultado das investigações destes materiais pode resultar na prisão dos acusados.
Futuro
Arthur é aguardado como candidato ao Governo do Amazonas em 2022, porém, o resultado das manchas deixadas pela família Valeiko podem influenciar negativamente seus planos de encerrar a carreira politica de forma ilibada.
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