Manaus (AM) – Após ser internado pela segunda vez neste domingo (5), em Manaus, por um grave estado de erisipela, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu a sua agenda desta semana para tratar da doença. Devido ao tratamento, Bolsonaro será transferido para Brasília nesta segunda-feira (6). Mas o que é a erisipela?
O que é
Ao Portal AM1, a dermatologista Suzi Maron explica que a erisipela é uma infecção bacteriana que afeta a camada gordurosa da pele, conhecida como celulite.
É causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, que penetra na pele por meio de pequenas fissuras ou lesões e deve ser tratada em tempo hábil, por haver um risco de progressão rápida e o acometimento bem mais sério do paciente. E, para quem tem dúvidas se a doença é transmissível, a especialista afirma que não.
“Não é uma doença transmissível, muitas vezes, o paciente se infecta com a própria colonização bacteriana que já existe na pele e ocorre, principalmente, por uma porta de entrada que há na pele. Como o mais comum é nas extremidades inferiores (pernas e pés), a porta de entrada pode ser uma frieira, uma micose em que há uma coçadura”, explica Maron.
Bolsonaro teve de ficar internado por apresentar inchaço e dores nas pernas e, segundo Suzi Maron, esse é um dos sintomas que indicam a inflamação, mas é importante ficar atento para uma vermelhidão bem delimitada, que começa no local de entrada da bactéria. Já as dores e o inchaço indicam que a bactéria já se alojou e está em progressão.
“Por isso que, quando se observar esses sintomas, tem-se de procurar um atendimento médico para ser feito o diagnóstico correto, e o tratamento seja prontamente iniciado, para o paciente poder voltar à sua vida normal, sem nenhum tipo de sequela”, aconselha a dermatologista.
Além da parte inferior do corpo, a erisipela pode ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na face, mas é mais comum nas pernas e na face.
Tratamento e cura
Conforme a dermatologista, o tratamento para erisipela é feito com antibióticos orais e/ou tópicos, e dependendo da gravidade do quadro de saúde do paciente, o tratamento pode ser endovenoso [ministrado diretamente na veia].
“Dependendo do cenário desse paciente, que pode ter comorbidades ou ser idoso, ou ser obeso, enfim, dependendo desse cenário, o tratamento pode ser endovenoso para ter uma eficácia mais rápida e parar a progressão dessa infecção.”
Maron também explica que, em casos mais leves, o tratamento pode ser feito em regime ambulatorial. O paciente vai para casa com a prescrição de antibióticos — sendo feito um segmento em consultas. No entanto, caso o quadro da infecção seja mais grave, o paciente deve ser internado.
“Tratada de maneira rápida, existe cura e o paciente consegue ficar bem depois. É claro que, se vai existir uma sequela ou não, vai depender de todo o cenário de saúde do paciente. É muito comum [ficar alguma sequela] quando o paciente já possui uma doença pré-existente, mas em pacientes saudáveis, é muito difícil de ocorrer”, conclui.
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