Manaus, 19 de abril de 2024
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Cenário

Semed: Dulce Almeida anuncia concurso, mas ignora professores do certame passado

Nova secretária da Semed afirmou que apenas 400 serão convocados, descartando mais de 1.000 professores do cadastro de reserva

Semed: Dulce Almeida anuncia concurso, mas ignora professores do certame passado

Foto: reprodução

Manaus – A atual titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Dulce Almeida, irmã do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nessa terça-feira (12), um novo concurso público com 3,5 mil vagas para professores. No entanto, os mais de 1.600 docentes do cadastro de reserva do concurso anterior, em 2018, temem não ser convocados.

O Projeto de Lei que autoriza o novo concurso para o segundo semestre deste ano deve ser votado na próxima semana na Casa Legislativa. Dulce foi à CMM apenas para fazer o anúncio e pedir que os parlamentares aprovem a medida, que deve passar com facilidade em razão do alinhamento dos vereadores com o prefeito.

Os professores do cadastro de reserva aguardam desde 2018 pela convocação. Naquele ano, o certame aprovou 4 mil docentes, sendo 400 para vagas imediatas. Os demais ocuparam o cadastro-reserva, do qual 2 mil já foram chamados, restando 1.600 que reivindicam a convocação.

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Em razão dessa longa espera, uma Comissão dos Classificados no Concurso da Semed 2018 foi criada pelos docentes, que já realizaram manifestações e diversos pedidos de diálogo com o ex-secretário da pasta, Pauderney Avelino. Os docentes chegaram a ir até a CMM em março deste ano para pedir apoio aos parlamentares.

Sem clareza

O concurso anunciado por Dulce Almeida já era de conhecimento da categoria, conforme explicado pela professora Geisiane Oliveira, que faz parte da comissão, porém, o esperado era que todos os professores do cadastro-reserva fossem incluídos. Mas a secretária Dulce afirmou que apenas 400 serão chamados por meio do concurso deste ano.

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“Na verdade, essa aprovação do PL foi no sentido de chamar os 1.662 professores que ainda faltam ser chamados no cadastro de reserva. Contudo, a nova secretária falou que vai convocar 400 e vai criar 3.500 porque ela alega que já foram chamadas 3.100 pessoas, mas isso foi na gestão do Arthur Neto. Na gestão de David Almeida, foram criadas apenas 500 vagas, aproveitando o antigo projeto de lei de Arthur”, disse a professora.

“Com essa nova PL seria para zerar o cadastro de reserva e ainda sobraria para chamar professores de 1º ao 5º, de matemática e ciências que está faltando. Só que a fala ontem na tribuna foi outra, que eles vão chamar 400 e fazer um novo concurso. E aí eu pergunto: ‘E os 1.100 professores que ainda faltam? O que que vai acontecer? Com que critério está sendo criado esse projeto de lei? Porque tudo é dinheiro público”, continuou a professora.

Justiça será acionada

Geisiane Oliveira afirmou ao Portal AM1 que a categoria está se preparando para acionar a Justiça do Amazonas sobre o caso. Ela adiantou que assim que o PL for aprovado, os professores devem realizar manifestações e, caso não tenha resultado, vão apelar judicialmente.  

“Primeiro, a gente precisa que a PL seja aprovada, porque nós já temos toda a documentação para entrar na Justiça, aí precisamos só disso. E aí, se a prefeitura não chamar, nós vamos convocar as manifestações e vamos para a Justiça. Nós temos um advogado que acompanha esse processo juridicamente no TCE, no MP […] A gente vai criar mecanismos através de assembleia com os 1.100 professores que ainda vão faltar, para garantir que o cadastro de reserva seja zerado […] Nós vamos lutar através de manifestação e se não der resultado, nós vamos lutar através da Justiça também”, disse.

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Sem retorno

A reportagem do Portal AM1 procurou a Semed para entender quais os critérios do concurso público deste ano, além de saber como serão distribuídas as 3,5 mil vagas; porém, não houve retorno até a publicação da matéria.