Manaus, 19 de maio de 2024
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Política

Senadores titulares da CPI da Covid cresceram 59% nas redes sociais

Senadores que fizeram oposição ao governo ganharam mais de 2,2 milhões de seguidores, conforme indicou o levantamento

Senadores titulares da CPI da Covid cresceram 59% nas redes sociais

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

BRASÍLIA, DF – Uma pesquisa divulgada pelo site de notícias Poder360 mostrou que em seis meses da realização da CPI da Covid, em Brasília, os senadores titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito tiveram um crescimento exponencial em suas redes sociais, a partir do momento que os parlamentares começaram a usar ações da CPI em suas redes pessoais, no objetivo de interagir com seus seguidores e aumentar o número deles em suas plataformas digitais.

Entre as ações, a prática adotada por Renan Calheiros (MDB-AL) de abrir caixas de perguntas em seu perfil no Instagram para receber sugestões do que questionar aos depoentes mostra como os senadores que integraram a CPI da Covid estavam bem cientes do engajamento da comissão nas redes. Em legado deixado pelas eleições de 2018, os congressistas usaram e abusaram das ferramentas de interação das plataformas digitais. O esforço parece ter surtido efeito.

Juntos, os senadores titulares da comissão parlamentar de inquérito ganharam mais de 2,2 milhões de seguidores nos 6 meses de comissão –de 27 de abril a 28 de outubro, como mostra levantamento da consultoria Bites feito a pedido do Poder360. A soma inclui contas no Twitter, Facebook e Instagram.

Entre os titulares governistas na comissão, o crescimento foi de 211% –ou 945.021 seguidores a mais. Já os congressistas do chamado G7 (de oposição ao governo) ganharam 1.257.102 seguidores no total, uma alta de 38%.

O senador que mais ganhou seguidores foi o governista Marcos Rogério (DEM-RO). No Twitter, ele saltou de 7.539 em 27 de abril para 201.900 em 19 de outubro.

Renan foi o único que perdeu números nas redes. Sua página no Facebook saiu de 312.207 curtidas no começo do colegiado para 310.446 no final dos trabalhos. Leia abaixo um panorama do salto de seguidores dos congressistas no decorrer das investigações:

Levantamento da consultoria Arquimedes mostra que, nos 3 primeiros meses de trabalho, o número de menções nas redes sociais relacionadas à CPI passou de meio milhão. Já a partir de agosto até setembro –antes do depoimento do empresário Luciano Hang–, as citações ao colegiado não chegaram a 200 mil.

“A CPI foi um dos destaques no debate das redes sociais no 1º semestre, sobretudo após o fim do Big Brother Brasil, e teve seu ponto alto no depoimento de Luis Miranda, quando apontou para suposta corrupção no governo Bolsonaro”, disse Pedro Bruzzi, sócio da consultoria.

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Já na ausência da CPI, por conta do recesso do Legislativo, o voto impresso ocupou a pauta das redes, segundo o analista. “Mesmo com o retorno do colegiado, o bolsonarismo se manteve mobilizado, 1º com discussões sobre o voto impresso e na sequência com o 7 de Setembro”, diz. 

Só no final de setembro, com o depoimento de Luciano Hang, aliado do presidente Jair Bolsonaro, foi que a comissão a ter um pico de engajamento na internet. A fala do dono das lojas Havan registrou um recorde de audiência no canal da TV Senado no YouTube. O vídeo teve mais de 1,5 milhão de visualizações na plataforma.

Entre memes, hashtags, comentários e discussões, perfis no Twitter dedicados exclusivamente ao assunto também se destacaram. Em 6 meses, o perfil “Camarote da CPI” (@camarotedacpi), lançado em abril, reuniu 97,3 mil seguidores. A conta, assim como outras de oposição, compartilhou não só informações sobre o colegiado, mas forneceu aos senadores informações sobre os depoentes que, muitas vezes, eram citadas pelos congressistas em tempo real.

Na ocasião em que a CPI ouviu a secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, o relator Renan Calheiros usou um vídeo produzido pelo perfil “Jairmer’s Vaccine Race” (antes nomeado como @jairmearrependi) que mostra a “Capitã Cloroquina” defendendo o uso do aplicativo TrateCov. 

Buscas no Google

O interesse pela CPI da Covid no Google caiu nos 3 últimos meses de trabalho. Um levantamento do Poder360 mostra que o assunto mobilizou internautas em maio, apresentou um recuo em junho, voltou a crescer em julho e teve sua maior queda a partir de agosto.

A exceção na queda de interesse foi o depoimento do empresário Luciano Hang, em 29 de setembro. Excluindo esse episódio, as buscas por “CPI da Covid” no Google mantiveram um nível de interesse mais baixo desde o recesso parlamentar (de 18 a 31 de julho).

Segundo o Trends, a procura por informações sobre a comissão atingiu valor 15 (numa escala de 0 a 100) em 3 de agosto, quando os senadores ouviram o reverendo Amilton Gomes de Paula, no 1º depoimento depois da retomada dos trabalhos.

Para efeito de comparação, em seus dias mais populares, as buscas atingiram o valor 91 na semana de 16 a 22 de maio. Excluindo o depoimento do Hang (quando o valor foi de 100), o dia de maior busca foi em 19 de maio, quando o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello começou seu depoimento de 2 dias.

(*) Com informações Poder360

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