Taxa de iluminação gera conflito entre Guedes e Bessa na CMM

(Fotos: Reprodução/YouTube/Câmara Municipal de Manaus)

Manaus (AM) – No grande expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nessa terça-feira (19), o vereador Elissandro Bessa (Solidariedade) usou a tribuna para falar sobre a iluminação pública. O posicionamento de Bessa, no entanto, desagradou Rodrigo Guedes (Podemos) a ponto de os dois vereadores insinuarem, um ao outro, que são “mentirosos”.

A pauta fez referência ao reajuste do preço final da conta de energia dos manauaras, aprovado na Casa Legislativa, no qual o parlamentar considerou positiva.

Bessa iniciou sua fala com intuito de trazer alternativas à Prefeitura de Manaus para ter uma iluminação mais sustentável, porém, antes disso, o parlamentar disse que o reajuste da taxa da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) “alinhou e melhorou o serviço que a prefeitura tem que entregar para a população”.

Elissandro Bessa ainda relembrou dos ataques que sofreu na época da votação desse reajuste.

“Lembro que, na época que votamos esse projeto, nós fomos massacrados por alguns comentários levianos, e alguns vereadores não entendem. O vereador é atacado [..] que vai aumentar conta de energia do cidadão, mas nunca aconteceu isso. Foi tudo falácia, fake news. Isso acontece muito com alguns projetos e alguns vereadores até pagam blogs para fazer isso [atacar outros colegas da Casa]”, disse o vereador.

Após Bessa dar sua visão sobre como a taxa da Cosip teria contribuído para a população de Manaus, Rodrigo Guedes fez o uso da palavra para rebater as afirmações do seu colega, e disse que Elissandro não estava contribuindo com a verdade para o povo.

“Vereador, de forma respeitosa e com bom trato, permita-me discordar de vossa excelência, mas chamamos, aqui, economistas, matemáticos, estatísticos para fazer todos os cálculos da lei aprovada em 2021, a PL 553/2021, que diz respeito a Cosip. Nessa PL, diz que a contribuição terá como referência o consumo mensal de quilowatts de cada contribuinte, por classe de consumo e unidade consumidora, de acordo com a tabela anexa nessa lei de iluminação pública”, disse Guedes.

A tabela que Guedes se refere aponta que os valores da taxa da Cosip devem ser ajustados, anualmente, a partir de 2023. Além disso, o chefe do Executivo Municipal deve publicar os ajustes até o dia 30 de novembro do ano anterior.

“Fiz diversos cálculos, e não resta a menor dúvida que aumentou a taxa da Cosip, não adianta ficar com raiva de quem votou contra [na época que o projeto estava na CMM]. Mas dizer que não aumentou, não procede. Com todo respeito com vossa excelência, inclusive, é só perguntar para população na conta de energia, a taxa da Cosip e ver que o aumento foi brusco. […] Dizer que não aumentou é até grave com a população que está assistindo isso”, disse Guedes ao vereador Elissandro Bessa.

‘Vossa Excelência mentiu’

Após a fala de Guedes, o vereador Elissandro Bessa não mediu esforços ao dizer, repetidamente, que o seu colega mentiu “nem uma, nem duas, nem três vezes no microfone”.

“Vossa excelência mentiu quando disse que nós iríamos reajustar conta de energia. Nós estamos falando em taxa de Cosip, e como é que vamos trabalhar com uma lei de 2003, que vários lugares [bairros] da cidade de Manaus ainda nem existiam?” Temos que readequar. Foi falado que seria necessário esse reajuste para que, vários, aqui, pudessem pagar a energia pública de quem não pode contribuir, justamente em áreas rurais, áreas que hoje são atendidas pela Prefeitura”, falou Bessa a Rodrigo Guedes.

Bessa finalizou sua fala informando que, na época em que o projeto foi aprovado, muita mentira foi falada, pois segundo o próprio, “foi falado que iríamos [os vereadores] trabalhar na conta de energia da população”.

Guedes ofendido

No fim do grande expediente, o presidente CMM, Caio André (Podemos), estava pronto para encerrar e seguir para a audiência pública, porém, Rodrigo Guedes pediu a ordem da palavra para invocar o artigo 142 do regimento interno devido a uma situação ofensiva do vereador Elissandro Bessa.

“Vou falar, novamente de forma respeitosa, que não menti em nenhum momento. Ali vem a conta de energia e o fato de a lei ser de 2003 não significa nada. Os bairros que existiam de 2003 em diante não foram assim. […] O que importa para o cidadão é que a conta de energia aumentou na prática”, finalizou Guedes.