Manaus (AM) – Faltando um ano para que os eleitores compareçam às urnas para eleger prefeito, vice-prefeito, e vereadores que atuarão na Casa Legislativa da capital do Amazonas, a cidade de Manaus enfrenta desafios que a atual legislatura está aquém na busca para resolver os problemas.
A análise é do advogado Carlos Santiago, ao enumerar os problemas no transporte coletivo, na destinação correta do lixo, no crescimento desordenado e falta de saneamento básico, dificuldades que os moradores enfrentam diariamente no município.
“O município foi o que mais cresceu, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e precisa de uma Câmara Municipal que, de fato, exerça as suas atribuições de propor leis que melhorem as vidas das pessoas, fiscalizar os atos da prefeitura e buscar caminhos para a resolução dos problemas da cidade”, disse o analista.
Para Santiago, não é novidade a situação vexatória da votação de interesse do Poder Executivo Municipal. “A base aliada do prefeito tem, nos últimos anos, mostrado a sua qualidade política para representar o povo. São leis graciosas e algumas simbólicas sem nenhum impacto positivo para a sociedade. Há, ainda, a aprovação de moções sem força política, sem mudar os rumos da cidade. É, talvez, a pior legislatura que a cidade já teve”, afirmou.
A afirmação ocorre após os vereadores da base aliada de David Almeida (Avante), prefeito de Manaus, se atrapalharem durante votação do Projeto de Lei n° 481/2023, de autoria do Executivo municipal, que trata de uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias 2024. Os parlamentares estavam distraídos e não perceberam o que estavam votando.
Alguns projetos de lei aprovados pelos vereadores sequer especificam em que, de fato, vai agregar algo à cidade. Em junho deste ano, o vereador Fransuá (PV) propôs que Manaus se torne cidade-irmã de Hebron – uma cidade palestina da Cisjordânia. O Projeto de Lei (PL) entrou na pauta e foi aprovado.
O vereador justificou que a “parceria” criaria oportunidades para os cidadãos, como a vivência com outras culturas, possibilidade de encontros “criativos” de estudos ou trabalhos.
Outro projeto aprovado pelos vereadores foi a introdução do “Dia do Conservadorismo” no calendário oficial da cidade; PL foi sugerido pelo vereador Raiff Matos (DC). De autoria do mesmo vereador, outro projeto propõe a leitura da Bíblia como complemento de conteúdos de matérias como história, literatura, artes e filosofia, além de outras atividades pedagógicas.
A aprovação de pautas irrelevantes para o município, segundo Santiago, reflete na recorrência dos transtornos sofridos pela população. Para o analista, os próprios eleitores têm responsabilidade.
“Não é só culpa dos vereadores; é culpa também do eleitorado, que acaba votando sem consistência política, sem responsabilidade e a cidade acaba sofrendo com tudo isso. Mas, em 2024, será o momento de a sociedade refletir sobre tudo o que esta acontecendo na Câmara Municipal de Manaus e saberá, espero, votar consciente e com qualidade”, afirmou.
Conforme o analista, só se muda a política votando com interesse público. “Cabe ao eleitorado votar com qualidade”.
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