Manaus, 17 de maio de 2024
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Cenário

Vanda erra ao dizer que Omar não engrossou o tom com Bolsonaro

Ao defender Marina Silva das pressões sobre a BR-319, Vanda esqueceu que Omar presidiu a CPI da Covid e peitou o então presidente por tentar impedir a vacinação da população.

Vanda erra ao dizer que Omar não engrossou o tom com Bolsonaro

(Fotos: Divulgação/Assessoria Omar Aziz/Reprodução/Instagram/ @danila.bustamante Vanda Witoto)


Manaus (AM) – Ao tentar defender a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a ex-candidata a deputada federal pelo Amazonas, Vanda Witoto, que disputou o cargo pelo partido Rede Sustentabilidade, o mesmo da ministra, cometeu um equívoco ao afirmar que o senador Omar Aziz não engrossou o tom com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o seu mandato.

Vanda saiu em defesa da colega de partido após deputados e senadores amazonenses pressionarem a ministra para que sejam autorizadas as obras da BR-319, emperradas há mais de 30 anos.

Para Vanda, que publicou um vídeo em suas redes sociais, a rodovia é, hoje, o principal palanque eleitoral dos pseudodefensores do “progresso” no Amazonas. Ela ainda chama a pressão dos parlamentares de “hipocrisia” e diz que eles só fazem isso, porque quem comanda a pasta de Meio Ambiente é uma mulher.

“Na verdade, eu estou bem impressionada com a hipocrisia dos deputados e das lideranças do estado. É constrangedor ouvir, por parte desses deputados, que atacaram de forma muito covarde, uma mulher, uma ministra. E eu fico impressionada porque durante o governo Bolsonaro, onde teve os seus aliados em ministérios como o Meio Ambiente, como Ricardo Sales, […] ninguém se posicionava com uma provocação em relação à BR-319. Por que não asfaltaram a BR-319 no governo do Bolsonaro, já que tinha os seus aliados ali?”, questionou Witoto.

“Para uma mulher, apontar dedo na cara de uma mulher, eles sabem; agora, quando é um homem, escroto, como o Ricardo Sales, eles ficam que nem cordeirinho debaixo do braço. Não têm coragem de apontar o dedo, não têm coragem de pegar uma tribuna e meter a porrada”, desabafa a ex-candidata.

Em seu discurso, a ativista cita que Marina Silva esteve afastada do governo por 15 anos e, nesse período, não houve nenhuma cobrança pela pavimentação da BR-319. “É muito fácil você se valer em cima de uma mulher”, diz.

Em seguida, Witoto lista que o senador Omar Aziz (PSD) esbraveja, o governador Wilson Lima (UB) engrossa a voz e o deputado Sinésio Campos (PT) aponta o dedo na direção de uma mulher.

“O mesmo não ocorreu com o ex-presidente Bolsonaro e seu vice-presidente Hamilton Mourão, cuja gestão foi marcada por manifestações públicas de deboche sobre pessoas sem oxigênio em Manaus. Nesta mesma gestão, vacinas que iriam para o Amazonas chegaram no Amapá, por uma falta de conhecimento básico sobre o Norte do país”.

 

Omar “peitou” Bolsonaro, sim

Mas, foi justamente por causa da vacinas contra a covid que Omar Aziz reclamou, acusou e desafiou o ex-presidente. Em uma das sessões da CPI da Covid-19 em 2021, Aziz disse: “Presidente, não é o senhor que vai parar essa CPI […]. Lhe acuso de ser contra a ciência, isso aí tá claro. Lhe acuso de não querer fazer propaganda para vacinação do povo brasileiro, lhe acuso de tentar desqualificar as vacinas que estão salvando vidas. Isso eu lhe acuso, porque é verdade”.

Por causa da CPI da Covid-19, Bolsonaro chegou a chamar Aziz de “anta amazônica”, o que foi rebatido pelo senador e presidente do colegiado na época. Omar peitou o então presidente que, ao final da CPI, foi acusado formalmente por nove crimes, entre eles, crime contra a humanidade, emprego irregular da verba pública, falsificação de documentos particulares e crimes de responsabilidade.

“Presidente, a CPI fez muito. Mostrou a realidade de como o senhor tratou esse desastre que teve aqui no Brasil, mais de 550 mil mortes. Tenho certeza que poderiam ter sido evitadas mais de 200 mil mortes se o senhor tivesse agido com sanidade. Coisa que o senhor não fez.”

“Hoje, se existe a vacinação e a corrida por vacina, foi porque a CPI fez com que ele se preocupasse. Porque, até então, o presidente chamava a vacina chinesa de “vachina”, falava que ‘quem quer comprar vacina compra lá com a mãe’, ‘a melhor imunização é a minha, eu sou atleta’, ‘a melhor imunização é você contrair o vírus’. Crime sanitário: propagar medicação como cloroquina, mostrando para a ema e ela correndo dele. Então o presidente me detratar é problema dele’, finalizou Omar em entrevista a uma emissora nacional.

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